Alunos entre 15 e 16 anos criaram o “Kit Biogás”, tecnologia a ser instalada em condomínios para produzir biogás a partir de restos de alimentos
Para
dar um destino adequado ao lixo orgânico, alunos do SESI de Estância
(SE) desenvolveram uma lixeira inteligente para condomínios, que pode
transformar os restos de alimentos em gás de cozinha. O “Kit Biogás”,
como foi batizado o projeto da equipe “Acrônicos”, vai ser apresentado
nos próximos dias 8 e 9 de fevereiro, na etapa regional do Torneio SESI
de Robótica da FIRST LEGO League (FLL), em Salvador (BA). Essa etapa
prepara os alunos para tentar uma vaga na fase nacional, que ocorrerá no
início de março, em São Paulo.
“O projeto visa transformar resíduos orgânicos gerados em condomínios
em biogás”, resume o técnico da equipe, Elton Daniel do Nascimento. O
biogás é considerado uma fonte renovável de energia. Uma das
matérias-primas para essa fonte é o lixo orgânico, que são os restos de
alimentos de origem vegetal e animal, podendo gerar combustível para
fogões, motores e na geração de energia elétrica, por exemplo.
A estudante Jessica Siqueira Santos, de 16 anos, explica como vai
funcionar o “Kit Biogás”. “Esse kit consiste em uma lixeira subterrânea
que, por meio dos resíduos orgânicos dos apartamentos, produzirá o
biogás, que será levado pela tubulação do condomínio até os moradores”,
comenta. Como o tema da competição nesse ano é tornar as cidades mais
inteligentes e sustentáveis, as lixeiras serão feitas de madeira e com
fibra de coco.
“Ao estudar melhor nosso projeto, percebemos que a decomposição da
matéria orgânica libera um líquido que polui o ambiente, o chorume, e
pensamos como resolver ou amenizar esse problema. Foi aí que decidimos
usar a fibra de coco, já que estamos em uma região litorânea e temos
esse produto em grande abundância”, revela Jéssica. A fibra, segundo a
jovem, será instalada no interior da lixeira. “Quando o chorume passar
por ela, vai deixar substratos poluentes na lixeira, porque se fossem
parar na natureza fariam mal.”
Além de Jessica, os alunos Carlos (15), João Vitor (15), Leticia
Giovanna (15), Luis Felipe (15) e Thaisa Rafaela (15) pensam agora em
como devolver o chorume que ficará “preso” sem prejuízos aos solos.
“Nesse caso, o chorume será utilizado para produzir uma rede que poderá
ser usada em cidades com riscos de deslizamento. E o chorume, agora não
mais prejudicial, poderá ser liberado no solo sem prejudicá-lo tanto”,
planeja a estudante.
Jéssica ressalta que os custos para produzir a lixeira são baixos. “O
que pode pesar mais no preço é escavação da parte subterrânea. No mais,
o projeto é simples e de baixo custo, vai depender do porte do
condomínio”, esclarece.
App
Outro passo do projeto da equipe Acrônicos é desenvolver um aplicativo para celulares que possibilitará os moradores do condomínio acompanharem todo esse processo. “O aplicativo dará dicas de como o gás poderá ser consumido e como funciona a produção. E eles terão total acesso ao que está sendo produzido”, adianta o técnico Elton.
Outro passo do projeto da equipe Acrônicos é desenvolver um aplicativo para celulares que possibilitará os moradores do condomínio acompanharem todo esse processo. “O aplicativo dará dicas de como o gás poderá ser consumido e como funciona a produção. E eles terão total acesso ao que está sendo produzido”, adianta o técnico Elton.
O aplicativo vai orientar os moradores sobre quais produtos eles
podem ou não colocar na lixeira. “Nem todos os produtos são adequados
para serem descartados”, lembra Jessica.
A competição
O Torneio de Robótica FIRST LEGO League reunirá 100 equipes formadas por
estudantes de 9 a 16 anos e promove disciplinas, como ciências,
engenharia e matemática, em sala de aula. Até 16 de fevereiro, haverá as
disputas regionais. Os melhores times garantem vaga na etapa nacional,
que ocorrerá em março, em São Paulo.
O objetivo é contribuir, de forma lúdica, para o desenvolvimento de
competências e habilidades comportamentais exigidas dos jovens. Todo
ano, a FLL traz uma temática diferente. Em 2020, os competidores terão
que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o
aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e
prédios.
O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mol,
ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho
em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A
questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio,
uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de
empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja
desenvolvido”, atesta.
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