Jovens de São João Del Rei e de São Gonçalo do Sapucaí apostam nos projetos para melhorar as cidades e a vida da população; melhores equipes se classificam para etapa nacional da FIRST LEGO League (FLL), em São Paulo
Alunos
do SESI de São João Del Rei e São Gonçalo do Sapucaí estão entre as 36
equipes mineiras que disputam a etapa regional do Torneio de Robótica
FIRST LEGO League 2020 (FLL), principal competição da categoria no país.
As duas equipes, formadas por estudantes com idade entre nove e 16
anos, querem ser reconhecidas pelo desenvolvimento de um aplicativo
inclusivo para deficientes e pela criação de uma espécie de tijolo
sustentável. A seletiva que classifica para a fase nacional ocorre a
partir deste sábado (15), em Contagem (MG).
Os estudantes da equipe “Atombot”, de São João Del Rei, apostaram na
inovação da acessibilidade. O grupo criou um aplicativo que permite a
deficientes auditivos e analfabetos o acesso a informações em espaços
públicos de cultura, como museus, igrejas e monumentos históricos.
“O Deaf Code tem a proposta de ser totalmente acessível. Quando for
ativado em alguma obra, vai mostrar um vídeo de animação. Vimos que essa
é uma maneira de ativar a memória visual do surdo. Como ele gesticula
por sinal, ele tem a memória visual muito melhor que a maioria das
pessoas”, explica Bárbara Neri, de 15 anos, estudante e integrante da
equipe de robótica “Atombot”. A jovem aponta ainda que a inclusão será
possível por meio de um código eletrônico, em um modelo diferente e mais
amplo do que já existe no mercado. A pessoa fará a leitura QR Code pelo
telefone e terá acesso a todas as informações, devidamente adaptadas.
Já o projeto de São Gonçalo do Sapucaí (MG) vem da equipe “Lego
Bros”. Os sete alunos do grupo desenvolveram um pré-moldado de terra
comprimida, semelhante a um tijolo, para ser utilizado na construção de
casas populares. Uma das inovações do projeto é na forma do encaixe, que
já virá embutido no bloco e será 100% sustentável. A ideia é diminuir
os impactos ambientais causados pela indústria da construção civil.
“Quando utilizado em casas populares de até um pavimento, você não
vai precisar usar ferragem. Com a fundação da casa, já pode começar a
construir com o bloco, e o material para vedá-lo é feito do próprio
material do bloco, composto por terra, areia, fibra de bambu, cal e
água”, adianta Heloísa Filipini, de 15 anos, integrante da equipe.
Mais do que robótica
A FLL é uma competição que vai além da criação e construção de robôs.
Com a tecnologia como aliada, os jovens são desafiados a solucionar
problemas da vida real utilizando a automação e a programação
computacional em seus projetos.
Para o assistente técnico e responsável pela área de robótica do SESI
de Minas Gerais, Natan Azevedo, todas essas exigências fazem com que os
estudantes desenvolvam também habilidades socioemocionais.
“Os meninos já saem praticamente com todas suas capacidades técnicas
trabalhadas na competição, como programação, raciocínio lógico, melhor
entendimento da área das exatas. Além disso, ainda saem preparados para
trabalhar em equipe, falar em público ou desenvolver pesquisas”, garante
Azevedo.
O Torneio de Robótica FIRST LEGO League promove disciplinas, como
ciências, engenharia e matemática, em sala de aula. De 31 de janeiro a
16 de fevereiro, haverá as disputas regionais. Os melhores times
garantem vaga na etapa nacional, que ocorre em março, em São Paulo. O
objetivo é contribuir, de forma lúdica, para o desenvolvimento de
competências e habilidades comportamentais exigidas dos jovens.
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