Na cidade de Copérnico, observatório astronômico foi instalado nas proximidades de escola para estimular novos talentos - Foto: AFP
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Para
revelar talentos assim como Nicolau Copérnico, as escolas da região de Torun,
cidade natal do grande astro polonês, colocaram à disposição de seus alunos
observatórios astronômicos. O programa inédito, chamado Astrobase, foi lançado
há quatro anos. Agora, seis observatórios funcionam na região e outros oito
estão em construção.
"Nossa
inspiração veio, em grande parte, de Nicolau Copérnico. Como nasceu em Torun,
quisemos realizar um projeto à altura, mas sem gastar muito dinheiro",
contou Piotr Calbecki, conselheiro geral da região polonesa de
Cuiavia-Pomerânia.
"Primeiro,
escolhemos uma galáxia, depois apontamos a estrela que queremos seguir, após
regular o telescópio, deixando-o numa boa inclinação, para começar as
observações", explica Sébastien Laser, aluno do secundário, junto com mais
de dez colegas. O observatório fica a apenas 50 m do liceu de Jablonowo, onde
estuda.
Pintado
de branco e azul, possui uma cúpula que se abre para o céu, dois telescópios,
um para olhar o sol e, o outro, maior, para ver as estrelas à noite. Os
estudantes também têm à disposição computadores com programas especializados e
esse conjunto é administrado por dois professores apaixonados por astronomia.
"Nosso
objetivo é popularizar a astronomia e as matérias científicas", disse
Rafal Laskowski, professor de ciências em Jablonowo. Antes de se envolver no
projeto do observatório, ele recebeu formação especializada na Universidade de
Torun.
Despertar o interesse
O custo de um observatório desse tipo é de pouco
menos de 100 mil euros, com financiamento europeu. "Os fundos europeus nos
permitiram propor algo de novo, em relação ao ensino das matérias científicas,
principalmente matemática e física, para melhorar a formação em nossa
região", diz ele.
Na
pátria de Copérnico (1473-1543), que descobriu que a Terra rodava em torno do
Sol, as portas do observatório de Jablonowo não fecham. Trinta alunos do
colégio local acompanham cursos regulares de astronomia.
As
escolas da redondeza também organizam excursões. Uma vez por semana, o
observatório abre só para elas. Num desses dias, duas meninas de 7 anos vieram
para observar Júpiter. Infelizmente, o céu estava encoberto e elas voltaram
para casa um pouco decepcionadas, mas prometendo voltar.
"O
principal é despertar o interesse", considerou Laskowski.
O
projeto permite, também, "identificar os alunos com mais aptidão para a
matéria, desde cedo, e dar a eles a oportunidade de seguir o ensino de um
assunto apaixonante", destaca Barbara Bober, diretora da escola de
Jablonowo.
Aluna
do liceu de Jablonowo, Marta Jaworska queria observar, com o olhar no
telescópio, o recente eclipse da Lua. Nesse dia, como o céu estava encoberto, ela
passou o tempo se entretendo, no computador, com programas de astronomia.
"De qualquer forma, é melhor do que ficar assistindo à televisão",
disse.
O
conselheiro geral Calbecki quer ainda mais. Como o céu se apresenta quase
sempre encoberto na Polônia, ele quer instalar um observatório no Peru ou na
Argentina, para permitir aos alunos observar o céu no Hemisfério Sul.
"Será ligado pela internet aos observatórios na Polônia, permitindo aos
alunos acompanhar o céu ao longo do ano", explica, entusiasmado.
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