segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Estudantes de SC participam de etapa estadual de torneio de robótica

Melhores times desta fase garantem vaga na disputa nacional, que será realizada em São Paulo de 6 a 8 de março. Em Santa Catarina, 37 equipes de escolas públicas, privadas e da rede SESI SENAI participam do torneio

Equipe (foto) desenvolveu um telhado sustentável que diminui a temperatura do ambiente/ arquivo pessoal

Quatro equipes do SESI de Concórdia, Brusque, Blumenau e Criciúma disputam, neste sábado (8), em Jaraguá do Sul (SC), uma vaga para a etapa nacional do Torneio de Robótica FIRST LEGO League, o principal da categoria no país. Entre os projetos selecionados para a etapa regional, estão um telhado sustentável que ajuda a diminuir a temperatura em ambientes e até um poste luminoso que facilita travessia de deficientes visuais.
Os melhores times desta etapa garantem vaga na disputa nacional, que será realizada em São Paulo de 6 a 8 de março. Em Santa Catarina, 37 equipes de escolas públicas, privadas e da rede SESI SENAI participam do torneio, representando 23 municípios. 
A equipe “AgroRobots”, de Concórdia, desenvolveu um sistema alternativo que permite ao usuário ter acesso a transporte e a bicicletas públicas usando um único cartão. Segundo a estudante Ana Clara Martello, de 15 anos, serão instalados cinco pontos de bicicletas compartilhadas pela cidade, semelhantes ao que são encontrados em outros locais do país. Para destravar os veículos, basta usar o mesmo cartão utilizado para pagar o ônibus. “O nosso diferencial relacionado a essas empresas é que a gente vai ter o transporte público integrado às bicicletas”, explica a jovem.
A prefeitura de Concórdia gostou tanto do projeto da equipe que vai construir ciclovias e subsidiar os equipamentos e os pontos, além de cobrar apenas um valor simbólico de R$ 0,50 a hora para que o usuário ande nas bicicletas. O sistema estar em funcionamento até o fim deste mês.
Os alunos de Blumenau, da equipe “Techmaker”, desenvolveram um projeto para reduzir as altas temperaturas em casas e prédios utilizando materiais recicláveis e encontrados na natureza. A maioria dos telhados verdes, segundo a estudante Rebeca Silva, de 13 anos, é composto de uma camada de solo ou de substrato de vegetação, podendo custar até 250 reais o metro quadrado. Por isso, Rebeca ressalta que o protótipo deles pode sair mais barato e ainda mantém a eficiência de outros tipos de coberturas como essa.
“A gente fez um teste com um protótipo em escala reduzida que mostrou que, no horário mais quente do dia, o telhado verde diminui em 13% a temperatura dentro da casa. O nosso telhado com bandeja custaria, em média, R$ 60 o metro quadrado”, revela a jovem, integrante do grupo que conquistou o 1º lugar mundial no Prêmio Profissionalismo e Graça da FLL, em 2019. 
Concreto pigmentado
A iniciativa criada por alunos de Criciúma tem o objetivo de reduzir gastos com manutenção de faixas de pedestres. Mentora da equipe ‘Carvoeiros Robots’, a estudante Ana Julia Esmeraldino, de 15 anos, conta que a ideia surgiu a partir de pesquisas junto à administração pública da cidade. De acordo com a aluna, membros da Comissão de Obras informaram que o município tem um alto custo para manter as faixas de pedestres pintadas e pediram sugestões para baratear esse serviço.
“Começamos a pesquisar um novo jeito de fazer com que a pintura da faixa tivesse maior durabilidade. Entramos em contato com vários profissionais e um deles, que mora nos Estados Unidos, disse que as ruas de lá eram de concreto, não de asfalto. Descobrimos, então, que poderíamos usar concreto pigmentado, que já tem a cor da sinalização”, explica.
Já os estudantes de Brusque criaram um sistema que alerta os motoristas quando deficientes visuais estiverem prestes a atravessar as ruas. O projeto consiste em um poste luminoso, de aproximadamente dois metros de altura, em que o pedestre aperta um botão e a iluminação chama a atenção de quem está dirigindo. O condutor deve saber, naquele momento, que tem alguém tentando, por exemplo cruzar uma avenida movimentada. Apesar de ter um objetivo parecido, o equipamento não tem a mesma função de um semáforo de controlar o trânsito.
“Essa situação é pior com o deficiente visual, porque eles não percebem quando o carro está vindo. Então, o projeto tenta melhorar a comunicação entre pedestre e motorista, permitindo uma travessia mais segura”, explica o técnico Claudio Lima.
Laboratório para o mercado de trabalho
Para a sub-operadora regional do SESI de Santa Catarina, Estela de Sá, a competição forma jovens capacitados em novas tecnologias e prontos para o mercado de trabalho. “A participação no torneio de robótica (FLL) possibilita o aprender fazendo, onde cada estudante busca soluções inovadoras dentro da temática. Também faz com que cada um se inspire e se motive a seguir carreira nas áreas de ciência, engenharia, matemática, que o mercado tanto exige de profissionais nessa área”, garante.
A etapa nacional do Torneio de Robótica FIRST LEGO League, em março, reunirá 100 equipes formadas por estudantes de 9 a 16 anos e promove disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, em sala de aula. O objetivo é contribuir, de forma lúdica, para o desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais exigidas dos jovens.

Jalila Arabi

 

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