Só neste ano, no Brasil, já foram notificados 181 mil casos prováveis de dengue
Em
breve, a luta contra a dengue pode ganhar um novo aliado: pesquisadores
do Instituto Butantan, em São Paulo, estão no último estágio de
desenvolvimento de uma vacina contra a dengue. Se o projeto for bem
sucedido, o Brasil vai se tornar o primeiro país do mundo a
disponibilizar uma vacina contra essa doença gratuitamente para a
população. A pesquisa é apoiada pelo Ministério da Saúde, que está
preocupado em frear o crescente número de casos de dengue no Brasil.
A imunização projetada pelo Butantan vai
proteger contra os 4 sorotipos da dengue e, atualmente, passa pela
última etapa de criação: está sendo testada em seres humanos. São 17 mil
voluntários, nas cinco regiões do Brasil. Nesta fase, a intenção é
saber se o produto realmente está funcionando como o previsto e se é
seguro, ou seja, garantir que a vacina torna a pessoa imune e não faz
mal aos pacientes. Depois disso, um relatório será feito para pedir que a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) libere a produção da
vacina em escala industrial.
O médico infectologista Ricardo
Palácios, diretor de ensaios clínicos do Instituto Butantan, explica que
a intenção é disponibilizar a imunização para todos os brasileiros,
pelo SUS.
“Este trabalho, liderado por uma
instituição de saúde pública, como o instituto Butantan, vai ser um
exemplo, um novo modelo, que vai permitir que Brasil seja o primeiro
país que consiga incorporar a vacina. E não vamos ter que esperar, como
quando uma vacina é criada no exterior e precisamos esperar vários anos
até que a vacina seja disponibilizada no SUS.”
Em fevereiro, o Ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, afirmou que a expectativa é de que vacina esteja
disponível em 2021. Mas a data de disponibilização depende do sucesso da
fase de testes, que pode demorar mais que o previsto.
Só neste ano, no Brasil, já foram
notificados 181 mil casos prováveis de dengue. 32 pessoas já morreram em
decorrência da doença. Onze estados brasileiros estão em sinal de
alerta para um possível surto desde o início do ano: toda a região
Nordeste, além do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
De acordo com o Ministério da Saúde, o
maior risco é o sorotipo 2 da doença. O coordenador-geral de vigilância
em arbovirose do Ministério da Saúde, Rodrigo Said, explica que, apesar
da vacina, a melhor forma de se prevenir da dengue ainda é combater os
focos do mosquito.
“A gente chama a população para
participar efetivamente para reduzir os criadouros dentro do seu
domicílio. Então, é importante estar atento a caixa d’água, se ela está
aberta ou não, a limpeza das calhas, a verificação constante da presença
de água em bandeja de ar-condicionado, geladeira, dos pratinhos de
vasos de planta.”
Mas, mesmo quando a vacina for disponibilizada, o combate ao mosquito deve continuar. É o que explica Ricardo Palácios.
“O mosquito também transmite Zika e
chikungunya. O combate ao mosquito tem que continuar. Não podemos
esperar ou parar tudo achando que a vacina vai resolver tudo, porque
temos outras doenças [transmitidas pelo Aedes aegypti]”.
E você? Já combateu o mosquito hoje? A
mudança começa dentro de casa. Proteja a sua família. Para mais
informações, acesse saude.gov.br/combateaedes.
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