Protótipo lança um jato com uma solução de água e água sanitária que esteriliza equipamentos de proteção antes de serem removidos do corpo
Mesmo
tomando as medidas de precaução contra o novo coronavírus, os
profissionais de saúde tendem a ficar expostos à infecção ao tirar
aventais e máscaras, por exemplo. Para evitar a contaminação de médicos e
enfermeiros dentro de unidades de saúde, especialistas do Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) criaram uma solução para
esse problema no estado.
Eles desenvolveram a primeira câmara de
descontaminação, com tecnologia inspirada na Alemanha. Antes de tirar a
roupa de proteção e deixar o trabalho, o profissional passa pelo “Túnel
de Desinfecção” e recebe um jato de uma solução que mistura água e água
sanitária. O processo é semelhante ao que ocorre em um lava-rápido de
automóveis, comuns em postos de gasolina.
Feita de alumínio, a câmara dispõe de
uma tubulação de PVC que pulveriza o jato. “A gente criou uma solução
local, com materiais locais e adaptados a nossa realidade”, resume o
diretor de Operações do SENAI/Cimatec, Luís Alberto Breda. Ele reforça
que só após esse processo os profissionais da saúde podem tirar seus
apetrechos e tomar banho em chuveiros comuns.
O infectologista e pesquisador-chefe do
ISI em Saúdes Avançadas do SENAI/Cimatec, Roberto Badaró, acredita que a
medida pode ser uma aliada de quem está à frente no combate da
covid-19. “Essa câmara vem por uma necessidade fundamental que nós temos
de proteger os profissionais da área da saúde. Eles trabalham de forma
exaustiva e a forma que temos de protegê-los é colocar neles os
equipamentos de proteção individual (EPIs)”, afirma.
Em fase de teste, o protótipo
inicialmente será usado somente em hospitais, como o de campanha montado
pelo governo estadual em Salvador. A ideia é fabricar mais unidades da
câmara de desinfecção para serem espalhadas em ambientes como shoppings,
academias e estações de metrô. Os especialistas ainda estudam uma forma
de baixar o custo de produção, que hoje gira em torno de R$ 10 mil por
unidade.
“Estamos trabalhando e estudando outros
materiais, em outras soluções que sejam encontradas no mercado local,
para que a gente possa pensar em escala e reduzir o preço”, revela o
diretor de Operações do SENAI/Cimatec.
Fechado por quase seis anos, o Hospital
Espanhol foi reaberto temporariamente para atender e tratar
exclusivamente pacientes infectados pela covid-19 na capital. Segundo o
governo do estado, o espaço conta com 220 leitos instalados, sendo 140
de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 80 leitos clínicos.
Trabalhadores da indústria
Além do SENAI, uma iniciativa do SESI, em parceria com sindicatos da
indústria, já visitou 25 canteiros de obra em Salvador, Candeias e
Vitória da Conquista para orientar e prestar assistência a 1.500
trabalhadores da construção civil na “Blitz contra a Covid-19”.
Até o dia 24 de abril, 66 canteiros de
obras estavam inscritos pelas empresas para receber equipes compostas
por engenheiros, técnicos de enfermagem e enfermeiros do trabalho.
Nessas visitas, os especialistas realizam ações preventivas de saúde e
passam recomendações sobre o cumprimento de normas federais,
direcionadas às indústrias diante da pandemia do novo coronavírus.
Segundo o SESI, a estimativa é que cerca de seis mil trabalhadores da
indústria da construção sejam envolvidos na ação.
Nesta semana, serão realizadas visitas
nas indústrias vinculadas aos sindicatos do vestuário de Feira de
Santana e Salvador e de mármores e granitos. O mesmo ocorre na região
oeste do estado, em parceria com a Associação Baiana dos Produtores de
Algodão (Abapa).
A “Blitz contra a Covid-19” faz parte do
“Programa Juntos Contra a Covid-19”, que tem como meta atingir uma
população de 50 mil trabalhadores de mil empresas industriais associadas
aos sindicatos da Construção, Vestuário e de mármores e granitos. Mais
informações podem consultadas no site da Federação das Indústrias da Bahia (FIEB).
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