Enquanto unidade custa até R$ 60 mil, setor público vai pagar cerca de R$ 10 mil por cada equipamento produzido pela Vent Logos e utilizado por pacientes com Covid-19
O
estado ganhou mais um aliado no combate à pandemia de Covid-19. A
empresa Vent Logos, especializada em aparelhos respiratórios, vai
fornecer, inicialmente, 135 ventiladores pulmonares ao governo capixaba a
um preço cinco vezes menor que o praticado no mercado. Enquanto a
unidade custa entre R$ 50 mil e R$ 60 mil, o setor público vai pagar
cerca de R$ 10 mil por cada equipamento, utilizado no tratamento de
pacientes com quadro respiratório severo causado pelo coronavírus. Eles
podem ser úteis, inclusive, em casos de emergência, no transporte de
pessoas até o hospital.
Isso foi possível graças à intermediação feita pela Federação das
Indústrias do Espírito Santo (Findes), juntamente com o Movimento
Capixaba pela Inovação (MCI). O vice-presidente de Inovação e Tecnologia
da Findes, Luciano Raizer, explica que esses aparelhos são considerados
de fácil uso e são homologados pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa).
“Esses equipamentos são usados no tratamento de doentes crônicos que
precisam fazer a ventilação pulmonar. Ou seja, é um respirador
artificial. É uma máquina que precisa ter precisão e muito controle,
para que possa sustentar a vida de um paciente que está com dificuldade
de respiração, como o que acontece com as vítimas da Covid-19”, aponta.
Ainda segundo Raizer, também foram feitas parcerias com outras
empresas para ampliar a capacidade de produção dos ventiladores
pulmonares, já que uma única companhia não teria condições de atender
toda a demanda do estado.
“Nós nos relacionamos com indústrias metalmecânicas que têm centros
de usinagens e ajudariam com o fornecimento de componentes para a
fabricação dos produtos. A montagem, aferição e teste dos ventiladores
ficaram por conta de uma das instalações do SENAI, em Vitória”, afirma.
No país, a estimativa é que existam, atualmente, pouco mais de 65 mil
ventiladores espalhados na rede privada e no Sistema Único de Saúde
(SUS). Até o momento, segundo dados da LifesHub Analytics e da
Associação Catarinense de Medicina (ACM), mais de 3,6 mil ventiladores
pulmonares estão fora de operação, seja porque foram descartados ou
porque têm necessidade de manutenção.
Edital de inovação
Para amenizar em todo país os efeitos da Covid-19 e proteger quem
produz e quem consome, o SENAI lançou o Edital de Inovação para a
Indústria, que prevê, por exemplo, a recuperação de aparelhos
danificados e a aquisição e produção de materiais essenciais para o
enfrentamento da crise, como álcool em gel e máscaras.
“A nossa atuação será no suprimento de problemas, como os testes
rápidos para a detecção da doença. No isolamento, ter uma gama ampla
desses testes vai ser de grande importância, bem como a fabricação de
ventiladores (respiradores). Estamos focando em ações do Sistema
Indústria que vão ao encontro das necessidades da sociedade, do país e
da indústria brasileira”, afirma o diretor geral do SENAI, Rafael
Lucchesi, que reforça a importância de “salvar vidas”.
O investimento disponível para empresas e startups chega a R$ 30
milhões, se somadas as duas chamadas da licitação, e cada projeto poderá
captar até R$ 2 milhões. Os resultados devem ser apresentados em até 40
dias. Para participar do edital de inovação, as proposições podem ser
realizadas por meio do Whatsapp, no número (61) 99628-7337 ou pelo
e-mail combatecovid19@senaicni.com.br.
As iniciativas da Findes e do SENAI fazem parte da campanha nacional
“A indústria contra o coronavírus”, que também conta com a participação
da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço Social da
Indústria (SESI), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e as Federações das
Indústrias dos demais estados e do DF. Mais informações podem ser
acessadas nas redes sociais de cada entidade
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