terça-feira, 28 de abril de 2020

Ipea mapeia as cidades metropolitanas mais vulneráveis à Covid-19 no Brasil

São Paulo, Manaus e Rio de Janeiro concentram mais áreas de alta vulnerabilidade

Foto: Alex Pazuello/Semcom

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mapeou o grau de vulnerabilidade socioespacial da Covid-19 em 12 cidades metropolitanas do Brasil, além do Distrito Federal e Entorno. A analise foi feita a partir da combinação de fatores socioeconômicos, demográficos e de infraestrutura urbana. De acordo com os pesquisadores do Instituto esses fatores podem contribuir para o aumento do risco de propagação da doença entre as pessoas.  Cada localidade foi denominada pelo Ipea como Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs).
De acordo com a analise do Ipea as cidades que mais apresentaram UDHs com alto ou muito alto grau de vulnerabilidade à Covid- 19 foram São Paulo (SP), Manaus (AM), Rio de Janeiro (RJ), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e Fortaleza (CE).
Na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, das 2.815 Unidades de Desenvolvimento Humano mapeadas, 27,3% são consideradas de alto ou muito alto grau de vulnerabilidade socioespacial à doença. No Rio de Janeiro, essa proporção é de 23,2% em 2.229 UDH. Em Manaus, 23,7% em 270 UDHs.
Entre os locais com a menor quantidade de áreas de alta ou muito alta vulnerabilidade de contaminação aparecem Goiânia (GO), Vitória (ES), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR) e o Distrito Federal (DF), além da Região Integrada de Desenvolvimento, o Entorno.
Segundo o coordenador nacional do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em políticas públicas e desenvolvimento territorial, Marco Aurélio Costa, o estudo aponta que o risco para proliferação da contaminação da Covid-19 está ligado diretamente também a infraestrutura.
“Isso não quer dizer que quem tem baixo grau pode relaxar e nem quer dizer que quem tem um alto grau está condenado a enfrentar uma contaminação alta. O que a gente está dizendo é que as condições de enfrentamento são melhores onde eu tenho um acesso a água. Eu posso fazer um distanciamento social melhor. Porque a densidade não é tão grande. Porque as condições socioeconômicas são melhores. E do outro lado quem tem um alto grau, tem mais risco de se expor”, disse Costa.
Ao todo o Ipea mapeou a situação de 9.061 Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs) das 12 regiões metropolitanas e o Distrito Federal e o Entorno. 
A pesquisa apontou ainda que quase metade das UDHs podem ser consideradas de baixo grau de vulnerabilidade socioespacial. A outra metade apresenta algum grau de vulnerabilidade socioespacial à contaminação pelo novo coronavírus, sendo que cerca de 20% delas estão nos níveis alto ou muito alto.
De acordo com o Marco Aurélio Costa, o estudo permite que as autoridades observem áreas que merecem maior atenção no que diz respeito às estratégias de enfrentamento da crise sanitária. 
Para mais informações sobre o estudo acesse: www.ipea.gov.br
 

Alexandre Penido

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