Projeto, em parceria com unidades do RJ e RS, pretende criar ao menos seis fórmulas de álcool em gel; iniciativa surgiu após falta de matéria-prima
Lavar
as mãos com água e sabão é uma das medidas para conter a disseminação
da covid-19. Na ausência desses itens, a saída é usar álcool em gel. Com
a grande procura nesse período, algumas matérias-primas que compõem o
produto estão em falta, como o carbopol. Pensando nisso, o Instituto
SENAI de Inovação em Biomassa, em Três Lagoas, desenvolve novas fórmulas
de álcool em gel que possam substituir o uso dessa substância que dá
viscosidade e é utilizada, em geral, na indústria de cosméticos.
A iniciativa conta com a parceria de
unidades do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul e é um dos projetos
aprovados pelo Edital de Inovação para a Indústria. O financiamento será
de R$ 2,6 milhões e o objetivo é desenvolver pelo menos seis novas
fórmulas, que serão disponibilizadas para potenciais produtores em todo
país.
“Iniciamos esse trabalho há cerca de 30
dias e já temos alguns parceiros da indústria para auxiliar no
desenvolvimento dessa nova formulação. O que a gente tem buscado são
matérias-primas mais comuns e que dificilmente faltarão no mercado em
uma necessidade de uso extremo”, explica o diretor regional do SENAI-MS,
Rodolpho Mangialardo.
Segundo ele, as novas fórmulas terão a
mesma eficácia do álcool em gel utilizado hoje no mercado e seguirão os
padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Nós
vamos usá-las, a priori, para as indústrias, hospitais, prefeituras e
escolas. Como existe uma parceria com a indústria local, parte desse
álcool pode ser vendida e parte pode ser doada”, garante Mangialardo.
Além da produção do álcool em gel, a
instituição tem se empenhado na confecção de máscaras, luvas e aventais
para conter o avanço da pandemia. “Ações como essas ajudam a combater o
novo coronavírus. Não sabemos quanto tempo tudo isso vai durar. O que
estamos fazendo é mitigar e prevenir para que as pessoas possam se
manter mais saudáveis e retomar os trabalhos de maneira eficaz”,
completa o gestor.
Em outra linha de ação, o SENAI atua no
estado para restaurar respiradores danificados. A meta é devolver ao
sistema de saúde 64 aparelhos em funcionamento até a primeira quinzena
de maio.
Segundo o gerente do SENAI Empresa,
Thales Saad, os defeitos mais comuns encontrados nos equipamentos são
vazamentos e reparos do circuito pneumático; falta de acessórios como
membrana e válvulas e problemas ligados a fontes e baterias.
“Nós temos a previsão de, até o dia 30
de abril, entregar 25 respiradores e finalizar o diagnóstico do
restante. Esperamos que em mais 15 dias a gente consiga as peças e
entregue as outras 39 unidades para somar os 64 respiradores que temos a
meta de reparar”, projeta.
Inovação e saúde
O edital de inovação para a indústria, lançado pelo SENAI em março,
investe em projetos destinados a prevenir, diagnosticar e tratar a
doença e que sejam de aplicação imediata. Isso inclui, por exemplo, a
recuperação de aparelhos danificados e aquisição e produção de materiais
essenciais para o enfrentamento da crise, como álcool em gel e
máscaras.
“A nossa atuação será no suprimento de
problemas, como os testes rápidos para a detecção da doença. No
isolamento, ter uma gama ampla desses testes vai ser de grande
importância, bem como a fabricação de ventiladores (respiradores)”,
afirma o diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi.
Para participar do edital de inovação,
as proposições podem ser realizadas por meio do WhatsApp, no número (61)
99628-7337 ou pelo e-mail combatecovid19@senaicni.com.br.
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