A ideia é apresentar dados que auxiliem a adoção de medidas a serem adotadas pelas gestões locais
Um
estudo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene)
mapeou as localidades na região mais vulneráveis ao coronavírus. O
levantamento aborda quatro dimensões de vulnerabilidade: grupo de risco,
vulnerabilidade social, acesso a equipamentos de saúde e proximidade a
focos de contágio.
A partir do cruzamento desses dados, foram elaborados mapas e
rankings para identificar os locais no Nordeste mais prováveis de serem
atingidos pelos efeitos da pandemia em curto prazo. A ideia é apresentar
dados que auxiliem a adoção de medidas a serem adotadas pelos governos
estaduais e municipais.
Considerando a dimensão da proximidade a focos de contágio, o estudo
revelou quatro principais regiões de grande incidência. Uma região
formada por Fortaleza (CE) até Mossoró (RN), outra que compreende região
metropolitana de Recife (PE) a João Pessoa (PB), a região ao entorno de
São Luís (MA), e Salvador (BA). Além desses locais, outras capitais
como Teresina (PI), Natal (RN) e Maceió (AL), também tem alta incidência
de contágio.
O estudo da Sudene destaca que o Banco Mundial estima que o impacto
econômico da pandemia de Covid-19 pode resultar em quase três milhões de
pessoas voltando a viver abaixo da linha de pobreza apenas na América
Latina e no Caribe.
Outro aspecto levado em consideração é que além dos impactos na saúde
pública, também são esperados efeitos negativos relacionados à
vulnerabilidade social, como explica o coordenador-geral de Estudos,
Pesquisas, Tecnologia e Inovação da Sudene, Robson Brandão.
“Além dos impactos na saúde pública causados pela pandemia, efeitos
negativos também são esperados do ponto de vista da vulnerabilidade
social. É importante destacar que é certo o impacto do coronavírus nas
pequenas cidades, onde residem parcelas significativas da população mais
vulnerável. Sobretudo em locais de difícil acesso aos serviços públicos
de saúde”.
Os autores do estudo destacam que outras pesquisas epidemiológicas
baseadas na disseminação de outros vírus no Brasil, como zika e dengue,
revelam que fatores ligados à vulnerabilidade social são fatores
determinantes para propagação das doenças.
Nesta semana, o Ministério da Saúde enviou reforço de 592 leitos de
UTI aos estados e municípios. Destes, 253 são para o Nordeste. Ao todo,
3.236 leitos já foram habilitados para pacientes com Covid-19.
Segundo o ministro da Saúde, Nelson Teich, uma das prioridades da
pasta é detalhamento de dados para traçar medidas preventivas contra o
coronavírus.
“O que estamos fazendo hoje é detalhar as informações existentes,
definir os indicadores que não existiam, que precisam ser definidos,
trabalhar na coleta desses dados para que cada dia a gente tenha um
entendimento maior, não só da Covid-19, mas do que acontece no sistema
como um todo. Essa é uma das prioridades que temos hoje”.
O estudo sobre vulnerabilidade do Nordeste ao coronavírus pode ser
encontrado no sudene.gov.br. A metodologia é totalmente baseada em dados
públicos, que foram disponibilizados pelo IBGE, DataSUS, e Cadastro
Único.
Para mais informações sobre a Covid-19, acesse coronavirus.saude.gov.br.
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