Tratamento oferecido no Hospital Regional Tibério Nunes é resultado copia modelo adotado em uma unidade de saúde da Espanha
Um
hospital localizado no município piauiense de Floriano, cidade a cerca
de 250 quilômetros da capital Teresina, tem chamado a atenção de
autoridades de saúde. Isso porque um protocolo de tratamento utilizado
em pacientes com a Covid-19 tem se mostrado eficaz no combate à doença.
Dois dias após o aparecimento dos sintomas do novo coronavírus,
pacientes do Hospital Regional Tibério Nunes estão recebendo a
combinação de hidroxicloroquina e azitromicina durante cinco dias. Caso
essas medicações não deem resultados, o paciente recebe remédios à base
de corticoide, substância que costuma aparecer em anti-inflamatórios,
durante três dias.
Segundo Justino Moreira, diretor clínico da unidade, até mesmo
pacientes com um alto grau de dano ao pulmão tiveram melhoras com esse
tratamento.
“Quando começamos a usar o corticoide, no dia 2 de maio, os pacientes
evoluíram rapidamente. Tiramos o oxigênio deles, demos alta. Teve
paciente com 50% e paciente com 75% do pulmão comprometido. Paciente na
boca da UTI, e conseguimos frear esse processo. Hoje o paciente está
tendo alta.”
O tratamento oferecido no hospital de Floriano chamou a atenção do
governo federal. Nesta semana, Damares Alves, ministra da Mulher, da
Família e dos Direitos Humanos, foi ao município para conhecer o
trabalho da equipe.
No entanto, o uso da hidroxicloroquina, associado ou não com a
azitromicina, em pacientes infectados com o novo coronavírus é polêmico.
Um estudo feito com cerca de 1,4 mil pacientes de Nova York, divulgado
neste mês, apontou que a prescrição desses medicamentos não reduz a
letalidade da Covid-19.
O diretor da unidade de ressalta que quando o paciente infectado
chega à terceira fase da doença, em que ele deve ser submetido a um
respirador, não há muito o que se fazer para reverter o seu quadro
clínico.
“Antes a gente não tinha ferramenta para tratar. As pessoas estavam
morrendo, só esperando ir para UTI. E não tinha mais jeito. Os que foram
para UTI aqui, morreram. Temos que conter a doença antes de chegar lá,
na primeira e segunda fase. Na fase três, a gente tem pouca esperança, a
mortalidade é muito alta.”
O tratamento oferecido no Hospital Regional Tibério Nunes é fruto de
um protocolo clínico da médica piauiense Marina Bucar Barjud, que
trabalha no combate à Covid-19 no Hospital HM Puerta del Sur, em Madrid,
na Espanha.
O uso conjunto da hidroxicloroquina e azitromicina e de corticoides,
na unidade de saúde em Floriano, foi feito apenas em 20 pessoas. Segundo
o diretor do hospital, 15 desses pacientes que receberam o tratamento
tiveram alta.
Questionada, a Secretaria de Saúde do Piauí não respondeu se iria ampliar o protocolo para outros hospitais do estado.
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