Protótipo foi desenvolvido por engenheiros e técnicos da instituição em 45 dias e dispõe até de banco de dados
Em
menos de dois meses, o Instituto SENAI de Inovação em Energias
Renováveis do Rio Grande do Norte (ISI-ER) produziu um protótipo de
respirador mecânico que custa entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. No mercado,
aparelhos como esse podem sair por até R$ 400 mil, dependendo do modelo.
Segundo o diretor da unidade, Ricardo Mello, os trâmites de
documentação e testes junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), entidade responsável por autorizar a distribuição de
insumos de saúde, já estão sendo feitos. Em breve, Melo acredita que os
respiradores devem estar à disposição do sistema de saúde do estado.
“O Sistema Indústria não poderia deixar de dar essa contribuição. Não
há por nossa parte nenhuma busca de comercialização neste momento, mas
nesse processo de desenvolvimento para essa época de pandemia, a ideia é
solicitar licença de mil unidades”, afirma.
O aparelho foi desenvolvido pela equipe de engenheiros e técnicos do
SENAI-RN, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN) e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Trabalha com
pressão máxima de 60 centímetros de água, possui tela sensível ao toque,
com um quadro de comando que atende aos requisitos exigidos para
responder as necessidades do paciente e de profissionais intensivistas. O
respirador também dispõe de banco de dados, sistema de volume, alarme e
é de fácil higienização e manutenção.
Rodrigo Mello revela que o projeto surgiu na segunda quinzena de
março com a previsão de aumento do número de pessoas infectadas por
covid-19 e foi concluído em 45 dias. Agora, está em fase de avaliação e
calibração dos sensores de pressão e de volume e depende de autorização
da Anvisa para ser produzido em larga escala. Se forem liberadas pelo
órgão, Mello não descarta que essas máquinas possam ser fabricadas para
atender a demanda de outros estados.
“O Sistema Indústria está presente nos 26 estados e no DF com uma
federação, mas também com uma direção regional do SENAI. Cada direção
regional vai avaliar se tem o interesse ou se, em seu estado, possui as
condições e parceiros para viabilizar essa produção”, aponta.
O respirador mecânico com modo de operação controlada por pressão
monitora o volume de ar inspirado pelo paciente e é destinado aos casos
mais graves que requer entubação. O Instituto SENAI de Inovação em
Energias Renováveis do Rio Grande do Norte tem a capacidade instalada de
fabricação de até mil equipamentos desse tipo, mas depende do número de
unidades que for permitido pela Anvisa.
Demanda
O diretor do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis do
Rio Grande do Norte, Rodrigo Mello, adianta ainda que empresas do setor
de automação do país, das regiões Nordeste e Sul, já manifestaram
interesse em reproduzir o modelo.
“Quando tivermos a licença da Anvisa, há empresas que já solicitaram a
liberação do projeto e estão aguardando a nossa patente para
desenvolver o nosso protótipo”, garante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário