De fugir e seguir como um rio
Como uma pedra que divide o rio
Me diga coisas bonitas
Adriana da Cunha Calcanhotto (Porto Alegre, 3 de outubro de 1965) é uma cantora, compositora, intérprete, instrumentista,[5] produtora musical, arranjadora, escritora e ilustradora brasileira, além de atuar como professora[8][9] e embaixadora da Universidade de Coimbra, em Portugal
Adriana Calcanhotto iniciou a trajetória artística em meados dos anos 1980, com apresentações em bares e casas noturnas de sua cidade natal, Porto Alegre, no sul do Brasil. Após uma sequência de temporadas bem-sucedidas no circuito vanguardista de Porto Alegre e São Paulo, foi convidada para cantar no Rio de Janeiro em fevereiro de 1989. A boa repercussão da crítica levou ao primeiro disco, “Enguiço” (1990), que trazia parte do repertório dos shows que a revelaram e lhe rendeu o Prêmio Sharp de Revelação Feminina .
O álbum seguinte, “Senhas” (1992), foi o primeiro concebido e produzido totalmente pela cantora e incluía uma leva de composições próprias, como “Mentiras” e “Esquadros”, sucessos radiofônicos que até hoje perduram tanto nos pedidos de bis em seus shows quanto nas rádios.
Outra canção desta lista é “Metade”, presente em seu trabalho de estúdio posterior, “A Fábrica do Poema” (1994), que foi considerado pela imprensa “o disco do ano”, em que estabeleceu parcerias com poetas e compositores como Waly Salomão (1943 – 2003), Péricles Cavalcanti, Cid Campos e Arnaldo Antunes.
“Maritmo”, gravado em 1998, é primeiro título de sua discografia com referências explícitas ao mar, que também vão aparecer em “Maré” (2008), “Olhos de Onda” (2014) e “Margem” (2019). Um dueto com Dorival Caymmi (1914 – 2008) em “Quem Vem Pra Beira do Mar”, a regravação de “Mais Feliz” (Dé, Bebel e Cazuza) e o hit “Vambora” foram alguns dos destaques. Ainda neste trabalho e no show decorrente, a cantora sublinha a forte ligação com as artes visuais, com citações à obra de Helio Oiticica em “Parangolé Pamplona”. Caetano Veloso, outra inspiração tropicalista, foi devorado em “Vamos Comer Caetano” em canção composta somente com samples de diversas gravações do artista.
Dois anos antes, teve as músicas “Uns Versos” e “Âmbar” gravadas por Maria Bethânia em álbum batizado pela segunda canção. Suas canções foram gravada por artistas como Gal Costa, Ney Matogrosso, Marisa Monte, Simone, Belchior, Los Hermanos, Teresa Cristina e Ed Motta.
Em seu primeiro disco ao vivo, Adriana se voltou para o formato de voz e violão, presente no início da carreira e sempre retomado em shows paralelos às turnês oficiais. “Público” (2000) deu origem a um DVD e centenas de shows pelo Brasil em uma turnê que durou dois anos e que trazia o sucesso pinçado da Jovem Guarda, “Devolva-me”.
“Cantada” (2002) foi o novo álbum de estúdio e estabeleceu parcerias com músicos da nova geração. O trio +2 (Moreno Veloso, Domenico Lancellotti e Kassin), Daniel Jobim e as bandas Los Hermanos e Bossacucanova. O clipe de “Pelos Ares” foi gravado na instalação permanente de Helio Oiticica no Museu do Açude, no Rio, com direção de Susana Moraes.
Em 2004, surge o heterônimo infantil Adriana Partimpim, que estreou em disco homônimo e rendeu um show teatral registrado em DVD. Com o projeto recebeu o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum Infantil. Partimpim voltaria a aparecer em outros dois trabalhos de estúdio: “Dois” (2009) e “Tlês” (2012). E rendeu mais um DVD ao vivo Partimpim Dois é Show. Ainda no universo infantil, Adriana Calcanhotto assinou as ilustrações de “O Poeta Aprendiz” (2003), de Vinicius de Moraes e Toquinho, e “Melchior, o Mais Melhor” (2011), de Vik Muniz.
Após o sucesso de Partimpim, Adriana fez turnê pela Europa com o show + Ela, ao lado do trio +2 (Moreno Veloso, Domenico Lancellotti e Kassin). Na volta ao Brasil gravou seu sexto álbum de estúdio, “Maré” (2008), o segundo da trilogia marítima. O repertório retomava Caymmi (“Sargaço Mar”) e apresentava parcerias com Arnaldo Antunes, Moreno Veloso e Dé Palmeira. Durante a excursão portuguesa de lançamento do disco escreve “Saga Lusa – O Relato de Uma Viagem”, lançado nesse ano ainda.
Em 2011, produz o seu primeiro disco inteiramente autoral: “O Micróbio do Samba”, cujo título faz alusão a uma expressão do conterrâneo Lupicínio Rodrigues. A safra de composições era contaminada pelo ritmo e rendeu um aclamado show, eternizado em DVD no ano seguinte.
Retoma o formato de voz e violão a convite da Culturgest e estreia em Lisboa o show solo “Olhos de Onda” (2013/2014), que gerou o seu segundo álbum ao vivo, e um DVD. O roteiro apresentava novidades autorais, como “Motivos Reais Banais” em parceria com o poeta Waly Salomão e “Sendo Amor”, dela própria, além de releituras de hits como “Back to Black” de Amy Winehouse e “Me Dê Motivo”.
Em 2014, a convite da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, nos festejos de seus 80 anos, Adriana idealizou um show inédito para festejar o centenário de Lupicínio Rodrigues. Em apresentação única reuniu os músicos c Arthur Nestrovski, Cezar Mendes, Cid Campos, Dadi Carvalho, Alberto Continentino e Jessé Sadoc. “Loucura”, lançado em julho de 2015, ganhou no ano seguinte o Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor DVD.
Em dezembro de 2015 faz recital de poesia portuguesa e brasileira na Biblioteca Joanina, em Coimbra, com o violonista Arthur Nestrovski como convidado, ocasião em que foi nomeada Embaixadora da Universidade de Coimbra.
Em agosto de 2016 lançou no Rio de Janeiro, com curadoria do poeta Eucanaã Ferraz, seu livro de letras “Pra que é que serve uma canção como essa?”. Letras das suas canções selecionadas por Eucanaã, que afirma haver “uma escrita Adriana”.
Em 2017 fez residência artística e deu aulas na Universidade de Coimbra sobre poesia portuguesa e brasileira, trovadores provençais e galegos, sobre a invenção da língua portuguesa e a canção popular do Brasil, em master classes. Ao final da temporada em Coimbra estreou na cidade em concerto ao ar livre “A Mulher do Pau Brasil”, espetáculo de inspiração modernista e antropófaga (espécie de continuação do show de mesmo nome que estreou em 1987 em Porto Alegre), com o qual fez turnê em Portugal e no Brasil.
Nos anos 2018 e 2019 ministrou o curso de composição “Como escrever canções” a convite da Universidade de Coimbra. Em 2019 lançou o terceiro álbum da sua trilogia marítima, Margem, com turnê de shows no Brasil, Europa e EUA.
Em 2020 a turnê Margem seguiria por Portugal e Europa no primeiro semestre.
O mundo parou em março de 2020, quando foi decretada pandemia. E o tempo ganhou novo sentido. Só que a arte subverte, como sempre, tempo e espaço e brota no novo disco de Adriana Calcanhotto, “SÓ canções da quarentena” – um trabalho concebido, composto, registrado e lançado durante a quarentena.
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