Conclusão da BR-163 vai intensificar um dos portos de conjunto estratégico do Ministério da Infraestrutura
Cotidianamente, filas de caminhões ocupam quilômetros das vias de
Itaituba, no Pará. Entre as carretas, toneladas de cargas esperam a vez
de embarcar no Porto de Miritituba, que escoa para seis estados das
regiões Norte e Nordeste. O que faz do município ponto fundamental do
Arco Norte, grupo de portos estratégicos de projeto do Ministério de
Infraestrutura.
Ao todo, são dez portos, mas Miritituba se destaca por permitir que a
distribuição de grãos produzidos no Centro-Oeste possa ser passada de
caminhões e trens para navios. O transporte fluvial permite uma economia
de frete de até 40% em relação a portos do Sul e do Sudeste, que só
podem ser feitos por carretas.
Assim como o Arco Norte pode ser a porta para que os grãos
brasileiros avancem no mundo, a BR-163 é a solução para um aumento de
lucros. Com a pavimentação concluída em 28 de novembro deste ano, a
rodovia passar a ser a melhor conexão dos produtores no Centro-Oeste com
os portos que escoam o produto. “A logística do escoamento da safra de
grãos do Mato Grosso até o Porto de Miritituba (PA) é um gargalo da
infraestrutura do País”, aponta o ministro de infraestrutura, Tarcísio
de Freitas.
Antes, a falta de asfalto em trechos da região Norte, onde chove
constantemente, transformou a rodovia em um atoleiro para os veículos
pesados. Na época de grande produção, Itaituba era a entrada de 700 a
1300 carretas por dia. “Esses transtornos ainda valiam a pena para o
município. O desenvolvimento da nossa hidrovia gerou muitos empregos em
Itaituba”, explica Antônio Kaiser, secretário de Agricultura e Abastecimento da cidade .
Kaiser conta que os serviços que atendem aos motoristas de carretas e
às famílias locais conseguiram multiplicar os lucros. Borracheiros,
hospedarias, restaurantes, mercados e até lojas de lavagem de roupas
tiveram crescimento de renda com a circulação dos caminhões.
PROJETO-CHAVE
Cálculos da empresa financeira da Holanda Rabobank preveem aumento do consumo de soja no mundo para 415 milhões até a safra 2028/29, com aproximadamente metade dessa produção suprida pelo Brasil. Para permitir esses avanços econômicos, o Arco Norte deve exportar de portos nos Estados Amapá, Amazonas, Bahia, Maranhão, Pará e Rondônia.
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