sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

ACRE: Ponto de ônibus adaptado surge como alternativa para driblar calor e falta de acessibilidade na capital

Projeto sustentável, pensado por alunos do SESI de Rio Branco a partir de reclamação dos usuários, utiliza contêineres de metal com placas de energia solar

Foto: arquivo pessoal

Cinco alunos do SESI de Rio Branco se preparam para a seletiva regional do Torneio de Robótica FIRST Lego League (FLL), o principal da categoria no país. Nos dias 7 e 8 de fevereiro, a equipe “Acrebóticos”, que desenvolveu um ponto de ônibus adaptado para dar mais conforto aos usuários, tenta, em Manaus (AM), uma vaga na etapa nacional da competição.
O técnico da equipe, Francisco de Souza, conta que o projeto nasceu por conta da dificuldade dos 65 mil passageiros que utilizam diariamente o transporte público na capital acreana, segundo a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans). A principal reclamação, aponta o treinador, é em relação às condições das paradas.
“O estado conta com poucas paradas e os alunos viram esse problema. Como aqui faz muito calor, as pessoas podem pegar câncer de pele por causa do sol. Há ainda a preocupação com as pessoas com deficiência, que não têm onde esperar o ônibus”, relata.  
A solução encontrada pelos estudantes Ana Beatriz Araújo, João Lucas, Pedro Baueb, Carlos Isaque e Isabela Guedes, todos com idade entre 12 e 14 anos, foi fabricar pontos de ônibus a partir de contêineres de metal. “Essa estrutura tem o preço mais acessível. Teria que ser reestruturada para entrar nas medidas corretas, mas a ideia é organizar de forma sustentável, com placas de geração de energia solar, acessibilidade com rampas de entrada por todos os lados e ventiladores que funcionariam por meio dessa energia gerada pela placa”, explica Francisco.  
Uma das idealizadoras da iniciativa, a estudante Ana Beatriz, de 13 anos, acrescenta que o ponto de ônibus adaptado também foi pensado para amenizar o clima quente e úmido de Rio Branco. “Vimos o que poderíamos fazer e pensamos em colocar uma vegetação em cima para que o clima fosse mais agradável. Acho que se sentarmos com representantes do governo, há uma boa chance de conseguir que esse projeto dê certo”, espera a jovem.

Crédito: Italo Novais (Agência do Rádio Mais)
Competição

O Torneio de Robótica FIRST LEGO League reúne 100 equipes formadas por estudantes de 9 a 16 anos e promove disciplinas, como ciências, engenharia e matemática, em sala de aula. De 31 de janeiro a 16 de fevereiro, haverá as disputas regionais. Os melhores times garantem vaga na etapa nacional, que ocorre entre 3 e 6 de março, em São Paulo.
O objetivo é contribuir, de forma lúdica, para o desenvolvimento de competências e habilidades comportamentais exigidas dos jovens. Todo ano, a FLL traz uma temática diferente. Em 2020, os competidores terão que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e prédios.
O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mol, ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio, uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja desenvolvido”, garante.

Jalila Arabi

 

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