Projeto sustentável, pensado por alunos do SESI de Rio Branco a partir de reclamação dos usuários, utiliza contêineres de metal com placas de energia solar
Cinco
alunos do SESI de Rio Branco se preparam para a seletiva regional do
Torneio de Robótica FIRST Lego League (FLL), o principal da categoria no
país. Nos dias 7 e 8 de fevereiro, a equipe “Acrebóticos”, que
desenvolveu um ponto de ônibus adaptado para dar mais conforto aos
usuários, tenta, em Manaus (AM), uma vaga na etapa nacional da
competição.
O técnico da equipe, Francisco de Souza, conta que o projeto nasceu
por conta da dificuldade dos 65 mil passageiros que utilizam diariamente
o transporte público na capital acreana, segundo a Superintendência
Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans). A principal reclamação,
aponta o treinador, é em relação às condições das paradas.
“O estado conta com poucas paradas e os alunos viram esse problema.
Como aqui faz muito calor, as pessoas podem pegar câncer de pele por
causa do sol. Há ainda a preocupação com as pessoas com deficiência, que
não têm onde esperar o ônibus”, relata.
A solução encontrada pelos estudantes Ana Beatriz Araújo, João Lucas,
Pedro Baueb, Carlos Isaque e Isabela Guedes, todos com idade entre 12 e
14 anos, foi fabricar pontos de ônibus a partir de contêineres de
metal. “Essa estrutura tem o preço mais acessível. Teria que ser
reestruturada para entrar nas medidas corretas, mas a ideia é organizar
de forma sustentável, com placas de geração de energia solar,
acessibilidade com rampas de entrada por todos os lados e ventiladores
que funcionariam por meio dessa energia gerada pela placa”, explica
Francisco.
Uma das idealizadoras da iniciativa, a estudante Ana Beatriz, de 13
anos, acrescenta que o ponto de ônibus adaptado também foi pensado para
amenizar o clima quente e úmido de Rio Branco. “Vimos o que poderíamos
fazer e pensamos em colocar uma vegetação em cima para que o clima fosse
mais agradável. Acho que se sentarmos com representantes do governo, há
uma boa chance de conseguir que esse projeto dê certo”, espera a jovem.
Competição
O Torneio de Robótica FIRST LEGO League reúne 100 equipes formadas por
estudantes de 9 a 16 anos e promove disciplinas, como ciências,
engenharia e matemática, em sala de aula. De 31 de janeiro a 16 de
fevereiro, haverá as disputas regionais. Os melhores times garantem vaga
na etapa nacional, que ocorre entre 3 e 6 de março, em São Paulo.
O objetivo é contribuir, de forma lúdica, para o desenvolvimento de
competências e habilidades comportamentais exigidas dos jovens. Todo
ano, a FLL traz uma temática diferente. Em 2020, os competidores terão
que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o
aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e
prédios.
O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mol,
ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho
em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A
questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio,
uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de
empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja
desenvolvido”, garante.
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