Governo federal investiu cerca de US$ 100 milhões na obra; local tem capacidade para 64 pessoas e conta com 17 laboratórios de pesquisa
A
reinauguração da Estação Comandante Ferraz, base de pesquisa brasileira
na Antártica, ocorre nesta terça-feira (14). As instalações ocupam uma
área de 4.500 metros quadrados e podem abrigar 64 pessoas,
principalmente pesquisadores e militares.
Segundo o governo federal, foram investidos cerca de 100 milhões de
dólares em sua reconstrução. Isso porque, em 2012, um incêndio de
grandes proporções destruiu 70% das instalações, matando dois militares.
Desde então, o Brasil utilizava uma base provisória.
Para o professor de Relações Internacionais do Ibmec Brasília,
Ricardo Caichiolo, a reformulação do local, com instalações mais
modernas, permite que pesquisadores tenham melhores condições de
trabalho. O que, na visão dele, pode representar a ampliação de
investimentos para a comunidade científica.
“As pesquisas são, basicamente, na área de oceanografia, biologia,
química, meteorologia. Agora, o que é importante também, além da parte
da pesquisa, é mostrar que o Brasil investe em pesquisa e em tecnologia.
Nenhum país chegou a se tornar desenvolvido sem investimentos maciços
em tecnologia e inovação. Já há uma destinação do Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações no valor de R$ 18 milhões para
financiar esses projetos. Já existem 16 projetos aprovados e esse valor
vai cobrir as pesquisas até 2022”, conta.
O projeto da base de pesquisas é nacional, mas foi executado por uma
empresa chinesa. Ao todo, foram utilizadas 700 toneladas de aço para
resistir às condições adversas da Antártica.
Após o incêndio que deixou a base inativa por oito anos, foram
instaladas portas corta-fogo, alarmes de incêndio e detectores de fumaça
como forma de garantir a segurança do local.
O gerente do Programa Antártico Brasileiro, Sérgio Guida, conta que
pesquisadores da Fiocruz e da Agência Internacional de Energia Atômica
já confirmaram que haverá desenvolvimento de projetos no local, que
passa a contar com infraestrutura de ponta.
“A base anterior tinha 5 laboratórios, laboratórios até um pouco
acanhados. Agora, nós temos 17 laboratórios. Temos uma capacidade de
pesquisa muito grande. Os nossos pesquisadores poderão usufruir com
facilidade”, disse.
A Estação Comandante Ferraz tem 32 quartos, com duas camas e um
banheiro cada, além de academia, biblioteca, auditório e enfermaria.
A estação tem uma usina eólica que aproveita os fortes ventos da
região. O espaço conta ainda com placas para captação de energia solar,
uma vez que, no verão, a luz do sol brilha por cerca de 20 horas ao dia
na Antártica.
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