Pedro Gomes, Alcinópolis, Caracol e São Gabriel do Oeste são as cidades com as maiores taxas de incidências no estado
O
governo do Mato Grosso do Sul decretou estado de alerta para a dengue
após 11 pessoas morrerem e outras 12 mil contraírem a doença, entre 1º
de janeiro e 14 de fevereiro deste ano.
A taxa de incidência de dengue coloca 48
municípios sul-mato-grossenses em estado de alerta para a doença. Isso
ocorre quando há mais de 300 casos por 100 mil habitantes, em uma
localidade.
Pedro Gomes, Alcinópolis, Caracol e São
Gabriel do Oeste são as cidades com as maiores taxas de incidências no
estado. As quatro localidades tiveram, juntas, mais de mil casos
notificados de dengue, apenas em 2020.
Diante desse cenário, o estado
desenvolve ações de combate ao mosquito transmissor da dengue, como
campanhas de mobilização da população e qualificação de profissionais em
saúde. É o que explica o secretário estadual de Saúde do Mato Grosso do
Sul, Geraldo Resende.
“Nós, hoje, fazemos mais a orientação, o
preparo e a qualificação das equipes, e conferência com os
especialistas para fazer com que, tanto aqueles que atendam nas Unidades
Básicas de Saúde, como também nos prontos-socorros espalhados por todo o
estado, possam ter o manejo clínico adequado para evitar o aumento do
número de óbitos, que para nós, já é muito maior do que o que aconteceu
em 2019”, afirmou.
Ao todo, mais de 2,8 mil casos de dengue
foram confirmados no Mato Grosso do Sul, este ano. Os municípios mais
afetados foram Campo Grande (com 658 casos), Três Lagoas (com 269 casos)
e Brasilândia (com 195 casos confirmados de dengue).
Nesta segunda-feira (17), o Ministro da
Saúde, Luiz Henrique Mandetta, esteve em Campo Grande e anunciou apoio
do governo federal ao enfrentamento da dengue no estado. O governo
federal entregou 80 equipamentos, como desfibriladores e monitores de
sinais vitais para compor a Rede de Atenção Especializada do estado, em
42 municípios sul-mato-grossenses.
Além disso, Mandetta anunciou que Campo
Grande passa a ser participante da estratégia conhecida como “método
Wolbachia”. O procedimento, usado pelo Ministério da Saúde, impede que o
mosquito transmita a dengue, zika e chikungunya, por exemplo. A técnica
já está em prática em Belo Horizonte, Minas Gerais, e em Petrolina, no
Pernambuco, e consiste em contaminar o Aedes aegypti com a Wolbachia. No
organismo do inseto, a bactéria inibe a reprodução dos vírus, como
explica o ministro, Luiz Henrique Mandetta.
“Os vírus da dengue, da chikungunya e da
zika têm lugar onde eles “sentam” para poder ser transmitidos para as
pessoas. Essa bactéria senta onde o vírus iria sentar e não permite que o
vírus fique no mosquito. E, essa bactéria contamina. Então, solta-se
esse mosquito macho e ele contamina a “mosquita” fêmea, e nascem os
mosquitinhos todos com essa Wolbachia. E, com o tempo, como o vírus não
tem onde sentar, não transmite mais a doença, já que a bactéria é inócua
no ser humano”, afirmou Mandetta.
O método Wolbachia já foi implantado em
12 países e os resultados preliminares apontam redução dos casos de
dengue no Vietnã, na Indonésia e na Austrália, além dos casos de
chikungunya, em Niterói, no Rio de Janeiro.
E você? Já combateu o mosquito hoje? A
mudança começa dentro de casa. Proteja a sua família. Para mais
informações, acesse saude.gov.br/combateaedes.
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