HIV
é a sigla em inglês do Vírus da Imunodeficiência Humana. Causador da
AIDS, ele ataca o sistema imunológico e compromete a defesa do organismo
contra doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é
alterando o DNA dessas células que o HIV faz cópias de si mesmo e,
depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outras células
para continuar a infecção.
O médico Márcio Tales Salgado, assessor técnico na área de IST/AIDS
da Secretaria de Estado e Saúde do Tocantins, explica por que essa
infecção é tão perigosa.
“A capacidade de multiplicação do vírus dentro do organismo é cinco
vezes maior do que a das células de combate do sistema imunológico do
indivíduo. No mesmo espaço de tempo, o vírus consegue multiplicar de 2
milhões para 10 milhões, o organismo consegue produzir só 2 milhões. Por
isso que o vírus vence e (a pessoa) entra no processo da AIDS. E,
geralmente, quando está no processo da AIDS, ele (o indivíduo) entra já
na fase terminal da doença”.
O Brasil registrou 43.941 novos casos de HIV e 37.161 casos de AIDS,
em 2018, ano do último levantamento do Ministério da Saúde. Ter HIV não é
a mesma coisa que ter AIDS. Há muitos soropositivos que vivem anos sem
apresentar sintomas e desenvolver a doença. Isso explica a diferença no
número de registros de infecção por HIV em relação às notificações de
AIDS. Desde 2013, o Brasil universalizou o tratamento para todos os
portadores do vírus e passou então a apresentar uma diminuição nos casos
de desenvolvimento da doença em pessoas infectadas. Entre 2012 e 2018,
os casos de AIDS apresentaram uma queda de 16,8%.
Dos casos de infecção pelo HIV registrados em 2018, o Sudeste aparece
em primeiro lugar, com 37,7% dos registros. Em último, está o
Centro-Oeste com apenas 8,2% dos casos. Nordeste, Sul e Norte
representam 24%, 17% e 11% dos registros do ano, respectivamente. Em
relação às faixas etárias, a maior parte dos casos de HIV se concentra
nas pessoas com idade de 20 a 34 anos, que representam 52,7% dos
registros.
O Brasil oferece tratamento de HIV gratuito por meio de toda a rede
do Sistema Único de Saúde, o SUS. Marcos Verde tem 23 anos e foi
diagnosticado com HIV em 2015. Consciente da responsabilidade que cada
pessoa precisa ter em relação à própria saúde, Marcos deixa um recado.
“Vai atrás de informação e se autoprevine. Se você encontrar alguém e
ele falar, ‘Eu não quero usar camisinha’...É um direito seu escolher se
vai usar ou se não vai usar, mas você tem que ter a consciência de que
você está se expondo, e está se expondo de livre e espontânea vontade,
então, você não pode se arrepender disso depois. É uma escolha sua se
expor ou não expor porque você tem os métodos de prevenção aí,
gratuitos, e é só pegar e usar”.
A transmissão do HIV acontece por meio do sexo vaginal, oral ou anal
desprotegido, compartilhamento de seringas com pessoas contaminadas,
contato com sangue infectado e também da mãe para o filho durante a
gravidez, parto ou amamentação. É importante saber que não pega pelo ar;
pelo contato com suor ou lágrima; por meio de picadas de inseto, aperto
de mão, abraço, beijo no rosto ou na boca; compartilhamento de
sabonete, toalha, lençóis, talheres e copos; por usar o mesmo assento de
ônibus, piscina ou banheiro; na doação de sangue; na masturbação a
dois; ou mesmo durante o sexo, desde que com o uso de preservativo.
A camisinha é o único método que previne o contágio por todas as
ISTs. Use camisinha e se proteja do HIV e de outras infecções, como
Sífilis e Hepatites. Sem camisinha, você assume esse risco. Para mais
informações, acesse: saúde.gov.br/ist.
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