Segundo ele, justificativa para isso é que a Zona Franca de Manaus e as áreas de livre comércio ajudam no desenvolvimento econômico do Norte do país
A
comissão mista especial que analisa a reforma tributária no Congresso
Nacional começou a discutir o texto que atualizará o modelo de cobrança
de impostos no Brasil. Os senadores e deputados do colegiado vão se
basear nos textos apresentados na PEC 110/2019 e PEC 45/2019, que
tramitavam no Senado e na Câmara, para elaborar as novas normas.
Para o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), a simplificação
tributária é prioridade porque a atualização do modelo de cobrança de
impostos “ajudará o Brasil a aumentar investimentos”. Para tanto, o
parlamentar defende que os instrumentos de desenvolvimento regional em
áreas com menor potencial de investimento, como a região Norte do país,
sejam mantidos.
“Nossa atuação vai ser para preservar as distinções alfandegárias e
preservar o equilíbrio regional. Na Amazônia, por exemplo, nós temos a
Zona Franca de Manaus, as áreas de livre comércio, instrumentos que
ajudam no desenvolvimento econômico dessa área. Não vamos aceitar que
esses mecanismos sejam destruídos”, pondera o parlamentar.
A Zona Franca de Manaus, citada por Randolfe Rodrigues, tem uma
política tributária diferenciada do restante do país. Em relação aos
tributos federais, há, por exemplo, redução de quase 90% no imposto de
importação sobre os insumos destinados à industrialização e isenção do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), além de outras vantagens
que incluem políticas tributárias estaduais e municipais.
O polo industrial conta com aproximadamente 600 indústrias de alta
tecnologia e gera mais de 500 mil empregos diretos e indiretos. Entre os
produtos fabricados, estão aparelhos de celular, de áudio e de vídeo,
televisões, motocicletas e concentrados químicos para bebidas não
alcoólicas. Hoje, o setor industrial é considerado a base de sustentação
da ZFM, segundo informações da Superintendência da Zona Franca de
Manaus (Suframa).
Menos impostos
Os textos unificam a cobrança de impostos sobre bens e serviços nos
estados, municípios e governo federal, e, em contrapartida, criam o
Imposto Sobre Bens e Serviços (IBS) e o Imposto Seletivo (IS).
As propostas modernizam ainda o sistema de arrecadação tributária com a adoção de procedimentos digitais e reformulam a dinâmica dos impostos cumulativos que, atualmente, são cobrados durante as etapas de produção das mercadorias. Esse formato é o principal alvo de críticas do setor produtivo.
As propostas modernizam ainda o sistema de arrecadação tributária com a adoção de procedimentos digitais e reformulam a dinâmica dos impostos cumulativos que, atualmente, são cobrados durante as etapas de produção das mercadorias. Esse formato é o principal alvo de críticas do setor produtivo.
A fórmula de arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) também deve ser revista pelos parlamentares da comissão
mista da reforma tributária. A princípio, a ideia de deputados e
senadores é agregar essa tributação ao IBS, com alíquota padronizada em
todos os entes da federação, com parte do valor flexível e sob
competência dos estados, como prevê o texto da PEC 45/2019.
Além disso, a cobrança do imposto estadual deve ter a dinâmica
invertida. No modelo atual, o ICMS é cobrado no estado onde o produto é
fabricado. Com a criação do IBS, o tributo passa a ser retido no destino
da mercadoria. A tática pode contribuir para diminuir a “guerra fiscal”
e tornar a concorrência mais justa entre as unidades da Federação.
Segundo o relator da reforma tributária, deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), a expectativa é que o parecer seja apresentado na comissão mista no fim de abril e a votação do relatório ocorra em 5 de maio.
“A matéria está madura. Existe uma compreensão dos entes federados
sobre a necessidade de reformar o sistema tributário que, da forma que
está, é caro para o país”, afirmou o parlamentar.Segundo o relator da reforma tributária, deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), a expectativa é que o parecer seja apresentado na comissão mista no fim de abril e a votação do relatório ocorra em 5 de maio.
Nas próximas semanas, deputados e senadores do colegiado vão realizar audiências públicas. Os parlamentares vão ouvir sugestões dos secretários estaduais e municipais de Fazenda, especialistas em tributação e economia e representantes de entidades do setor privado. Na sessão de terça-feira (17), está prevista a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes.
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