Federação das Indústrias (Fiesc) criou observatório em seu site para esclarecer dúvidas e compartilhar alternativas que preservem negócios e trabalhadores
Além
de lavar as mãos com água e sabão e manter uma distância de segurança
das pessoas ao redor, outra forma de combater o novo coronavírus é pela
informação. É por isso que a Federação das Indústrias do Estado de Santa
Catarina (Fiesc) criou uma central de suporte à indústria e à população
para auxiliar nas medidas para controlar a pandemia.
Acessando a página do Observatório Fiesc,
aberto a toda comunidade, é possível encontrar informações sobre o
vírus, como surgiu e um repositório de boas práticas, com dicas de
prevenção. A página também mostra o número de casos da doença no estado.
“Aproveitamos nosso observatório e criamos uma maneira de informar as
principais demandas, compartilhar soluções e orientações ao nosso
industrial, que vão desde área jurídica a procedimentos que podem ser
tomados em suas atividades. Compartilhamento de informações nesse
sentido é muito importante”, enfatiza o presidente da Fiesc, Mario Cezar
de Aguiar.

No portal, é possível também saber o que pode ou não funcionar nesse
período. Na última semana, o governo estadual publicou um decreto
(515/2020) determinando quais são os serviços essenciais, que não podem
parar, o que inclui a indústria - já que o setor é responsável pelo
suprimento de itens como insumos de saúde e alimentos.
“A grande dúvida que existe no setor produtivo e na sociedade
catarinense, como um todo, é encontrar um ponto de equilíbrio que
privilegie a saúde das pessoas sem prejudicar tanto a atividade
econômica”, pondera Aguiar. Ele ressalta que a paralisação, em um
primeiro momento, foi importante para entender as causas e consequências
do vírus. “Agora, gradativamente, tem que haver uma abertura das
atividades econômicas, sob pena de pagarmos um preço muito caro pela
inatividade”, acrescentou.
A economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio
Vargas (FGV-IBRE), Renata de Mello Franco, afirma que é difícil
mensurar, no momento, o impacto da pandemia para a economia e para a
indústria. “Vai depender do tempo necessário para a quarentena. Quando a
crise acabar, a recuperação da indústria vai depender de como a renda e
o emprego foram afetados”, explica.

No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria ficou
estagnado, segundo a especialista. Em janeiro deste ano, o faturamento
real do setor teve alta de 1,5%, se comparado a dezembro de 2019. “A
indústria tem se segurado bastante na demanda interna para não ‘cair’.
Mas se por esse motivo o desemprego aumentar e a renda cair muito,
certamente a renda interna demorará a voltar ao normal e não veremos uma
aceleração forte no setor”, projeta a economista.
Um estudo elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT)
alertou que a pandemia pode tirar o emprego de cerca de 25 milhões de
pessoas em todo o mundo. No último dia 22, o governo federal publicou
uma medida provisória (MP 927/2020) que propõe alternativas trabalhistas
para minimizar os impactos econômicos.
Isso inclui, por exemplo, adiar o recolhimento do FGTS, pelos
empregadores, dos meses de março, abril e maio. Os valores não
recolhidos poderão ser pagos em até seis parcelas mensais a partir de
julho, sem incidência de atualizações, multas e outros encargos.
O presidente da Fiesc orienta que as empresas considerem em seus planos de contingenciamento instrumentos jurídicos, como banco de horas, home office, redução de jornada de trabalho e antecipação de férias dos funcionários para momentos excepcionais como o atual.
O presidente da Fiesc orienta que as empresas considerem em seus planos de contingenciamento instrumentos jurídicos, como banco de horas, home office, redução de jornada de trabalho e antecipação de férias dos funcionários para momentos excepcionais como o atual.
“A indústria vai colaborar com o enfrentamento da crise para a
preservação das vidas e fará todos os esforços para manter a produção de
alimentos e produtos básicos consumidos pela população”, garante
Aguiar.
O diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, explica que o setor industrial tem se
adaptado à crise, atendendo às recomendações das autoridades públicas de
saúde.
“É mais importante salvar vidas. Ao mesmo tempo, a indústria precisa
se ajustar a essas novas circunstâncias. Então, a CNI tem feito um
conjunto de propostas, a de diferimento (adiamento) e parcelamento de
dívidas fiscais e tributárias, para dar mais oxigênio às empresas”,
aponta Lucchesi.
“Indústria contra o coronavírus”
Para amenizar os efeitos da pandemia de Covid-19 e proteger quem
produz e quem consome, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Serviço Social da
Indústria (SESI), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e as Federações das
Indústrias dos 26 estados e do DF têm levado informação e tomado medidas
para reduzir os impactos econômicos e preservar vidas por meio da
campanha nacional “A indústria contra o coronavírus”.
Além do suporte econômico, a educação tem sido aliada nesse período
em que milhões de brasileiros precisam ficar confinados dentro de casa.
Por isso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) abriu
vagas gratuitas em cursos a distância voltados à indústria 4.0, que
inclui temas ligados à tecnologia, como Blockchain, Lean Manufacturing e
BIM (Building Information Modeling).
Também será possível aprender mais sobre Inteligência Artificial, com
aplicações na indústria, e programação móvel para Internet das Coisas
(IoT). Os cursos têm carga horária de 20 horas e estarão disponíveis até
junho. Para ter acesso aos cursos e às vagas, basta acessar a
plataforma Mundo SENAI e fazer um cadastro simples.
Em relação aos cuidados com a saúde dentro das fábricas, o setor
redobrou as medidas de prevenção e vigilância para impedir a
disseminação do novo coronavírus entre os trabalhadores, principalmente
os que não estão em isolamento. O Serviço Social da Indústria (SESI)
lançou uma cartilha online que traz recomendações que vão desde como
identificar casos suspeitos, formas de transmissão e grupos de maior
risco para a Covid-19, até um passo a passo para ajudar empresas a
criarem planos de contingenciamento da doença e a envolverem
fornecedores e operadoras no combate à pandemia.
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