A estratégia consiste em infectar mosquitos aedes aegypti com a bactéria chamada Wolbachia, presente em 60% dos insetos na natureza.
O
Ministério da Saúde avalia expandir para todo o Brasil uma nova
estratégia no combate ao mosquito transmissor da dengue, Zika e
chikungunya: o método Wolbachia. A estratégia consiste em infectar
mosquitos Aedes aegypti com a bactéria chamada Wolbachia,
presente em 60% dos insetos na natureza. A presença da bactéria no
organismo do mosquito impede que ele transmita os vírus causadores das
três doenças.
O Ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, esteve em Campo Grande para o lançamento da estratégia, que
será implementada incialmente em sete bairros da capital
sul-mato-grossense. O ministro explicou, de maneira geral, como a
bactéria evita que a dengue se propague:
“Os vírus da dengue, da chikungunya e da
Zika têm lugar onde eles “sentam” para poder ser transmitidos para as
pessoas. Essa bactéria ‘senta’ onde o vírus iria sentar e não permite
que o vírus fique no mosquito. E essa bactéria contamina. Então,
solta-se esse mosquito macho e ele contamina a “mosquita” fêmea e nascem
os mosquitinhos todos com essa Wolbachia. E, com o tempo, como o vírus
não tem onde ‘sentar’, não transmite mais a doença, já que a bactéria é
inócua no ser humano”.
Até o fim de 2020, a estratégia
Wolbachia também será implementada no município pernambucano de
Petrolina e na capital mineira, Belo Horizonte. Outros municípios que
devem receber o projeto são Foz do Iguaçu, no Paraná, Fortaleza, no
Ceará, e Manaus, no Amazonas. O Ministério da Saúde já investiu cerca
de R$ 22 milhões para levar o método Wolbachia aos cidadãos brasileiros.
A estratégia é implementada por meio de uma cooperação entre o
Ministério, as secretarias municipais de saúde e a Fiocruz.
Para a implementação em Campo Grande,
cerca de 2.500 profissionais de saúde foram capacitados e atuarão em
ações de vigilância e mobilização. Mesmo com os avanços no combate ao Aedes aegypti,
a melhor forma de prevenção ainda é evitar a proliferação do mosquito,
eliminando água armazenada que pode se tornar possível criadouro. As
instruções para o enfrentamento ao vetor precisam ser executadas por
todos, como orienta o coordenador-geral de Vigilância em Arboviroses do
Ministério da Saúde, Rodrigo Said:
“Hoje, mais de 80% dos criadouros do
mosquito são domiciliares. Então, a ação de controle é necessária,
integrada de atividades do poder público, tanto do Ministério da Saúde,
como das secretarias estaduais e municipais de saúde, aliado as ações de
mobilização da população.”
O método Wolbachia já foi implementado
em 12 países, incluindo o México e a Colômbia. Os resultados
preliminares apontam redução dos casos de dengue no Vietnã, na Indonésia
e na Austrália, além dos casos de chikungunya, em Niterói, no Rio de
Janeiro – onde mosquitos contaminados com a bactéria começaram a ser
liberados em 2016.
E você? Já combateu o mosquito hoje? A
mudança começa dentro de casa. Proteja a sua família. Para mais
informações, acesse saude.gov.br/combateaedes.
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