Principal medida da proposta é quebrar monopólio da Petrobras e abrir concorrência no setor, favorecendo a redução do preço do gás natural no país
Considerada
pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, uma das principais mudanças no
setor de infraestrutura no Brasil, a Nova Lei do Gás (PL 6.407/2013),
pode, enfim, ser aprovada por deputados em 2020. Ao menos, é essa a
expectativa do relator da proposta na Comissão de Desenvolvimento
Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (CDEICS), deputado Laércio
Oliveira (PP-SE).
Segundo o parlamentar, o objetivo
projeto é abrir espaço para a participação de outras empresas no setor
de transporte do combustível, o que pode aumentar a produção e diminuir o
preço do produto no país.
“É o nosso desejo que tenha um duto das
indústrias. Isso, consequentemente, vai promover a produção de produtos
melhores e com preços muito mais acessíveis, alcançando outra parcela da
população que vai ter condição que adquiri-lo. Além disso, vai dar
capacidade para que a indústria brasileira seja competitiva no mercado
internacional”, espera o parlamentar. A tendência, segundo Oliveira, é
que o texto não seja alterado e mantenha a redação da forma que foi
aprovada na Comissão de Minas e Energia (CME).
O texto atual prevê diminuir a
burocracia para construção de gasodutos, tubulações semelhantes a
encanamentos domésticos utilizadas para transportar gás natural de um
lugar a outro. Segundo o relatório aprovado na CME, o processo de
concessão de gasodutos atualmente é “muito burocrático”, o que impediu a
ampliação dessa infraestrutura desde 2009, quando o sistema de
concessão de gasodutos foi regulamentado por lei.
Há 24 anos, legalmente, qualquer empresa
que atenda as exigências técnicas pode explorar o gás natural no país, o
que não ocorre no Brasil por conta do monopólio da Petrobras. A empresa
domina, por exemplo, 100% do processamento e 80% da comercialização do
produto em todo o mercado nacional.
“Hoje os compradores de gás tem poucas
ou somente uma opção na aquisição do gás de transportadoras e
carregadoras. Em geral, boa parte delas são subsidiárias da Petrobras.
Com a Nova Lei do Gás, nós teremos mais possibilidade para os
compradores do gás. Com isso, a possibilidade de concorrência por preço e
quantidade no ato da compra”, esclarece Luiz Guilherme Alho, professor
de Ciências Econômicas do Instituto de Educação Superior de Brasília
(IESB).
Fomento à infraestrutura
Para ampliar e interiorizar a rede de
gasodutos pelo país, a Nova Lei do Gás propõe ainda que as companhias
precisem apenas de autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP), que regula o setor no país, em vez de
passar por licitação pública para construir essas estruturas. A exceção a
essa regra são os gasodutos que são operados em regime especial por
força de acordos internacionais de fornecimento de gás natural.
“Tal mudança reduz a burocracia para
construção de dutos, isso é necessário para o Brasil. Com certeza, irá
baixar custos, seja no próprio combustível e no gás de cozinha. Até a
geração de empregos irá aumentar”, projeta o deputado Guiga Peixoto
(PSL-SP).
O PL 6.407/2013 tramita em caráter
conclusivo. Isso significa que o projeto não precisa, obrigatoriamente,
passar pelo plenário, basta que seja aprovado pelas comissões
designadas. Após passar pela Comissão de Desenvolvimento Econômico,
Indústria, Comércio e Serviços, a Nova Lei do Gás será analisada pela de
Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos
Deputados. Em seguida, a matéria será submetida ao Senado.

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