Após crise do coronavírus, parlamentar defende aprovação “urgente” da reforma tributária, que segundo ele vai estimular a economia brasileira
Por
conta do coronavírus, a comissão mista especial que analisa a reforma
tributária no Congresso Nacional paralisou, por tempo indeterminado, as
discussões do texto que atualizará o modelo de cobrança de impostos no
Brasil.
Na avaliação do senador Luiz do Carmo (MDB-GO), o debate sobre o tema
deve ser restabelecido assim que a pandemia estiver sob controle e não
houver riscos à saúde de parlamentares e funcionários do Legislativo. A
aprovação é “urgente”, segundo ele, porque a simplificação do modelo de
arrecadação de impostos vai contribuir para a retomada econômica.
“Hoje, o modelo de cobrança de imposto do Brasil é muito complicado.
Se a reforma for aprovada, haverá investimento em grande volume no país.
A princípio, nós precisamos reduzir a quantidade de impostos que temos
atualmente, para depois desenvolvermos outros pontos”, opina.
Apesar do apoio da maioria de deputados e senadores para que a
reforma tributária seja votada ainda em 2020, Luiz do Carmo acredita que
chegar a um consenso que atenda a demandas do governo, de estados e dos
municípios “nunca é fácil”. “Ninguém quer perder recursos. Por isso, eu
acredito que será um debate complicado, mas que precisamos ter, porque é
uma reforma importante para o país”, reforça.
Unificação de impostos
A principal medida comum dos textos de reforma tributária é a
unificação da cobrança de impostos sobre bens e serviços nos estados,
municípios e governo federal, e, em contrapartida, a criação o Imposto
Sobre Bens e Serviços (IBS) e o Imposto Seletivo (IS).
As propostas modernizam ainda o sistema de arrecadação tributária com
a adoção de procedimentos digitais e reformulam a dinâmica dos impostos
cumulativos que, atualmente, são cobrados durante as etapas de produção
das mercadorias. Esse formato é o principal alvo de críticas do setor
produtivo.

A fórmula de arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) também deve ser revista pelos parlamentares da comissão
mista da reforma tributária. A princípio, a ideia de deputados e
senadores é agregar essa tributação ao IBS, com alíquota padronizada em
todos os entes da federação, com parte do valor flexível e sob
competência dos estados, como prevê o texto da PEC 45/2019.
Além disso, a cobrança do imposto estadual deve ter a dinâmica
invertida. No modelo atual, o ICMS é cobrado no estado onde o produto é
fabricado. Com a criação do IBS, o tributo passa a ser retido no destino
da mercadoria. A tática pode contribuir para diminuir a “guerra fiscal”
e tornar a concorrência mais justa entre as unidades da Federação.
“A matéria está madura. Existe uma compreensão dos entes federados
sobre a necessidade de reformar o sistema tributário que, da forma que
está, é caro para o país”, afirma o relator da reforma tributária,
deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
A expectativa inicial do relator era de que o parecer fosse
apresentado na comissão no fim de abril, mas isso deve ser protelado
diante da paralisação parcial das atividades no Congresso Nacional.
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