Campanha promovida pela Federação das Indústrias (FIEC) já arrecadou mais de R$ 11 milhões para compra de respiradores, que ajudam no tratamento de pacientes com sintomas graves
Com
o avanço dos casos de covid-19 nas últimas semanas, a necessidade por
insumos de saúde, como respiradores mecânicos, tende a aumentar no
estado. Segundo o Ministério da Saúde, Fortaleza está entre as capitais
que precisa ampliar com urgência o número de leitos de tratamento
intensivo para atender os infectados. Na última sexta-feira (10), a
Força Aérea Brasileira (FAB) transportou 30 aparelhos para a capital.
Além dos esforços do governo federal, as
autoridades estaduais têm contado com o apoio da indústria local nas
ações de combate e contenção de propagação do coronavírus. A Companhia
Siderúrgica do Pecém (CSP), por exemplo, doou R$ 1,5 milhão à campanha
“FIEC Salvando Vidas COVID-19", da Federação das Indústrias do Ceará
(FIEC).
“Esses recursos estão sendo direcionados
para a compra de aparelhos respiratórios e demais equipamentos e
insumos hospitalares para auxiliar pacientes e profissionais da saúde do
estado do Ceará. A pandemia do coronavírus exige responsabilidade
coletiva”, pontua o gerente de relações institucionais da CSP, Ricardo
Parente.
Com o dinheiro doado por diversos
segmentos do setor industrial no estado, a FIEC espera reduzir a
sobrecarga sobre o sistema público de saúde, já que o Ceará pode estar
em uma fase de aceleração descontrolada da pandemia, segundo o
Ministério da Saúde. Apenas no primeiro dia de campanha foram recolhidos
R$ 5 milhões - R$ 1 milhão foi doado pelo SESI-CE. Com o montante, foi
possível comprar 15 ventiladores. Mais de R$ 11 milhões já foram
arrecadados até o momento.
Paralelamente ao esforço para atender a
demanda de profissionais da saúde por meio de doações, o SENAI-CE
trabalha para restaurar respiradores mecânicos danificados e deixá-los
prontos para uso no menor tempo possível. Em Fortaleza, o SENAI
Jacarecanga teve três salas transformadas em centrais de manutenção e
produção de peças de reposição. A ação é feita com apoio da Fundação
Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap),
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará e da
Universidade Federal do Ceará (UFC).
“Temos uma equipe multidisciplinar
composta por engenheiros clínicos, pneumologistas, médicos
intensivistas, fisioterapeutas e técnicos do SENAI, que atuam nessas
áreas da eletrônica, mecânica, mecatrônica, hidráulica e pneumática”,
explica o diretor regional do SENAI-CE, Paulo André Holanda.
A ação, uma parceria nacional entre
SENAI e dez multinacionais, pode recuperar 3,6 mil ventiladores
pulmonares que estão fora de operação no Brasil, seja porque foram
descartados ou têm necessidade de manutenção. No total, existem 65.235
desses equipamentos no país, sendo 17.837 na rede privada e 47.398 no
Sistema Único de Saúde (SUS). A estimativa é que cada ventilador
recuperado poderá atender até dez pessoas. Os dados são da LifesHub
Analytics e da Associação Catarinense de Medicina (ACM).
A iniciativa + Manutenção de
Respiradores conta com 35 pontos gratuitos de coleta, espalhados por 19
estados do país. Para o diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi, essa é
uma forma do setor industrial contribuir para reduzir os impactos
negativos na área da saúde, diante da pandemia de covid-19.
“Cada ventilador, pela estimativa de
especialistas, vai ajudar a salvar 10 vidas. Estamos falando de até
cinco mil ventiladores que vão ajudar a rede hospitalar a salvar até
50.000 vidas”, ressalta Lucchesi.
Essas e outras ações do SENAI para
amenizar os efeitos da Covid-19 e proteger quem produz e quem consome
fazem parte da campanha nacional “A indústria contra o coronavírus”.
Também participam da iniciativa a Confederação Nacional da Indústria
(CNI), o Serviço Social da Indústria (SESI), o Instituto Euvaldo Lodi
(IEL) e as Federações das Indústrias dos estados e do DF. Mais
informações podem ser acessadas nas redes sociais de cada instituição.
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