Material para confeccionar equipamentos de proteção foi doado pelo SENAI e pela FIEC; máscaras serão usadas em 17 unidades prisionais e 13 cadeias públicas
Seis
internas do Instituto Penal Feminino Auri Moura Costa, na região
metropolitana de Fortaleza, trabalham, desde o início do mês, para
produzir 11 mil máscaras de proteção. Os materiais confeccionados serão
destinados para uso interno do sistema penitenciário do estado, que
conta com 17 unidades prisionais e 13 cadeias públicas.
Esses itens, essenciais nesse período de
pandemia de covid-19, são feitos de TNT e produzidos por alunas
certificadas pelo SENAI nos cursos de corte e costura, oferecidos na
unidade por meio do projeto “Sou Capaz”. Todo o material necessário para
a fabricação das máscaras, como rolos de TNT, linha, clipe nasal e
elásticos, foram doados pela instituição à Secretaria da Administração
Penitenciária.
“Nós levamos toda a matéria-prima para
elas confeccionarem as máscaras. Isso será feito pelas detentas dos
cursos que a gente administrou no SENAI. Fizemos o treinamento e
capacitação, elas são preparadas para fazer isso”, explica o diretor
regional do SENAI, Paulo André Holanda. Segundo ele, quatro mil internos
foram qualificados apenas em 2019, em parceria com o governo do estado.
Para o secretário da Administração
Penitenciária, Mauro Albuquerque, o apoio do SENAI e da Federação das
Indústrias (FIEC) nessa ação contribui para evitar que a população
carcerária e os profissionais da segurança pública tenham contato com o
coronavírus.
“A fabricação de máscaras para o combate
de covid-19 é fundamental, assim como a parceria com a FIEC, que tem
nos apoiado bastante com seu trabalho social. Nós adotamos dentro do
sistema prisional uso de máscara para todos os agentes, advogados,
servidores, visitantes, justamente para não ter risco de contaminação”,
garante Albuquerque.
“Estamos fazendo de tudo para trabalhar
higienização, triagem com equipes de saúde e observação e isolamento de
setores para não acontecer a entrada do vírus dentro do sistema
penitenciário”, completa ele.
Paralelamente a essa ação, o SENAI está
na linha de frente na produção de outros equipamentos de proteção. Na
unidade de Maracanaú, a instituição produz e vai doar 30 mil máscaras de
acetato do tipo “face shield”, que cobre boa parte do rosto e utiliza
uma camada plástica semelhante à viseira de um capacete. Esse material é
mais resistente e as placas de acetato são produzidas em impressoras 3D
e, posteriormente, cortadas e montadas. A partir de um molde, é
possível fabricar até três mil unidades por dia.
No SENAI Parangaba, instrutores e alunos
fazem trabalho semelhante e pretendem produzir três mil aventais e 30
mil máscaras de TNT, materiais que serão doados para a Secretaria
Estadual de Saúde.
Já o SENAI Jacarecanga teve três salas
transformadas em centrais de manutenção de respiradores mecânicos,
equipamentos escassos no mercado e necessários para tratar pacientes com
sintomas graves de covid-19. A unidade é um dos 35 pontos espalhados
pelo país que fazem parte da iniciativa + Manutenção de Respiradores,
parceria feita pelo SENAI e dez multinacionais.
“Temos uma equipe multidisciplinar
composta por engenheiros clínicos, pneumologistas, médicos
intensivistas, fisioterapeutas e técnicos do SENAI, que atuam nessas
áreas da eletrônica, mecânica, mecatrônica, hidráulica e pneumática”,
explica Paulo André Holanda, diretor regional do SENAI. 26 aparelhos
mecânicos desse tipo foram coletados e já estão sendo consertados para,
em seguida, serem devolvidos ao sistema de saúde.
A ação nacional, que é gratuita e se
estende a outros 18 estados, pode recuperar cerca de 3,6 mil
ventiladores pulmonares que estão fora de operação no Brasil, seja
porque foram descartados ou têm necessidade de manutenção. A estimativa é
que cada ventilador recuperado poderá atender até dez pessoas. Os dados
são da LifesHub Analytics e da Associação Catarinense de Medicina
(ACM).
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