Curso, oferecido em parceria com a Associação Médica Cearense, vai orientar sobre como profissionais podem evitar contágio ao atender pacientes infectados
O
aumento exponencial de casos de covid-19 no estado requer que os
profissionais da saúde estejam preparados para enfrentar uma possível
aceleração da pandemia. A situação tem preocupado o Ministério da Saúde,
que contabiliza 2.157 casos confirmados e 116 óbitos até a última
quarta-feira (15), no Ceará. Pensando em um cenário de colapso que pode
atingir o sistema público de saúde, o SESI-CE se uniu à Associação
Médica Cearense (AMC) para treinar e capacitar 140 médicos que vão atuar
no atendimento de pacientes infectados. A maioria deles trabalha em
hospitais públicos ou em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e precisa
de atualização de como proceder em relação às especificidades da doença.
Desse total, 100 vagas foram custeadas pelo SESI, que investiu R$ 45
mil.
Segundo o presidente da AMC, Carmelo
Leão, seriam disponibilizadas, inicialmente, apenas 40 vagas, número que
triplicou com o apoio da instituição ligada à indústria.
“As aulas teóricas foram gravadas e
serão disponibilizadas para toda a comunidade médica, pela internet. Já a
parte prática contou com seis horas de aulas com bonecos e simuladores
para preparar os médicos para esse grande desafio que é o enfrentamento à
covid-19”, explica Leão.
Uma das principais orientações do curso é
levar aos médicos conhecimentos necessários para atender pacientes com
covid-19, sem o risco de serem contaminados. Essa preocupação da AMC se
baseia no dado de que 40 a 50% dos profissionais da saúde que atuam no
combate ao coronavírus acabam infectados.
“Nós estamos dando exemplo de que não
existe essa dicotomia de saúde e economia. Todos nós estamos no mesmo
barco. O importante é nos unirmos para enfrentar da melhor maneira
possível essa calamidade para que o mais rápido possível nós possamos
voltar às atividades normais”, completa o presidente da AMC.
Além de médicos das redes pública e
privada, dois profissionais do SESI participam do treinamento e podem
atuar no diagnóstico de trabalhadores da indústria. Além de subsidiar
100 vagas para o curso oferecido pela AMC, o SESI-CE também
disponibilizou suas unidades de saúde fixas e móveis para combater a
covid-19 no estado.
“O que estamos fazendo é nos colocando à
disposição para tudo que é atenção primária, ou seja, prevenção de
saúde. Nós trabalhamos em consultas e diagnóstico. O que queremos é
ajudar o governo a fazer a triagem para que os profissionais de saúde do
estado possam estar a disposição para atuar nos casos de contaminação,
que precisam de um cuidado mais imediato”, pontua a superintendente do
SESI-CE, Veridiana Soárez.
Respiradores
Quem também tem se esforçado para
reduzir os impactos negativos na saúde pública do estado é a Federação
das Indústrias do Ceará (FIEC). Em pouco mais de 20 dias, a entidade
arrecadou mais de R$ 11 milhões para a compra de respiradores mecânicos,
aparelhos necessários no tratamento de pacientes infectados com
sintomas graves. Com o dinheiro doado por diversos segmentos do setor
industrial, a FIEC espera reduzir a sobrecarga sobre o sistema público
de saúde, já que o Ceará pode estar em uma fase de aceleração
descontrolada da pandemia, segundo o Ministério da Saúde. 15
ventiladores desse tipo já foram adquiridos e doados às autoridades
estaduais.
Paralelamente ao esforço da FIEC de
atender a demanda de profissionais da saúde por meio de doações, o
SENAI-CE trabalha para restaurar respiradores mecânicos danificados e
deixá-los prontos para uso no menor tempo possível. Em Fortaleza, o
SENAI Jacarecanga teve três salas transformadas em centrais de
manutenção e produção de peças de reposição. A ação é feita com apoio da
Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(Funcap), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Ceará e da Universidade Federal do Ceará (UFC).
“Temos uma equipe multidisciplinar
composta por engenheiros clínicos, pneumologistas, médicos
intensivistas, fisioterapeutas e técnicos do SENAI, que atuam nessas
áreas da eletrônica, mecânica, mecatrônica, hidráulica e pneumática”,
explica o diretor regional do SENAI-CE, Paulo André Holanda.
Essas e outras ações do SESI, do SENAI e
da FIEC para amenizar os efeitos da Covid-19 e proteger quem produz e
quem consome fazem parte da campanha nacional “A indústria contra o
coronavírus”. Também participam da iniciativa a Confederação Nacional da
Indústria (CNI), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e as Federações das
Indústrias dos demais estados e do DF. Mais detalhes podem ser acessados
nas redes sociais de cada instituição.
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