Grupo Krindges deixou de confeccionar calças e ternos masculinos para focar na produção de 150 mil itens de prevenção por dia; expectativa da empresa é dobrar volume a partir de maio
Com
sede em Ampére, o Grupo Krindges, que produz peças masculinas de
vestuário, mudou sua produção para atender a uma demanda emergencial
durante a pandemia de covid-19. De calças e ternos, a empresa passou a
produzir aventais descartáveis para profissionais da saúde.
O diretor-presidente da empresa, Leonardo Krindges, conta que a
produção de aventais retomou as atividades da empresa, que estavam
paralisadas. Fator que, segundo Krindges, tem garantido até o momento a
manutenção dos empregos de seus funcionários.
“Ajudou significativamente, uma vez que estávamos parados por uma
semana em função do coronavírus. Nós tínhamos pedidos pendentes para
produzir, mas eram aqueles pedidos que a gente não sabe quando os
lojistas iriam pedir aquele pedido. Com o advento do avental, nós
retomamos a produção focada 100% nesse item. Hoje, a gente não produz
mais nada que não seja avental hospitalar”, explica.
A demanda para a produção dos aventais partiu de um distribuidor de
equipamentos de proteção individuais (EPIs), que estava com o estoque
zerado. A oportunidade fez com que a Krindges, que antes possuía 750
colaboradores diretos e aproximadamente 250 indiretos, expandisse sua
produção em parceria com 15 oficinas de costura. Hoje, a produção da
empresa é formada por 35 oficinas e emprega cerca de dois mil
trabalhadores. Outras duas fábricas, em Santa Catarina e em São Paulo,
serão envolvidas na produção, totalizando 4.200 trabalhadores para a
produção de aventais a partir de maio.
Atualmente, são produzidos 150 mil aventais diariamente. A
expectativa é que, no próximo mês, a fabricação diária dobre de volume.
Os materiais serão destinados a hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais, Espírito Santo e Goiás. Parte da produção será cedida para
as prefeituras onde a Krindges mantém unidades produtivas.
O diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, salienta que exemplos como esse se
multiplicam pelo país. Isso, segundo ele, mostra que a indústria pode
colaborar para reduzir os impactos causados pela pandemia,
principalmente na área da saúde.
“A indústria pode ter um papel importante em um conjunto de desafios,
como na produção de meios de combate à doença, sobretudo na área de
equipes médicas. Está faltando álcool gel e máscaras na área de
enfermagem. Toda a infraestrutura industrial do SENAI tem dado um apoio
importante nessa direção”, pontua.
Prevenção
Para garantir a produção dos aventais em cumprimento às normas
sanitárias, a empresa está monitorando seus funcionários. Colaboradores
que estão no grupo de risco não estão trabalhando. No chão de fábrica, a
empresa teve alterações para garantir o distanciamento necessário das
estações de trabalho, como detalha Leonardo Krindges.
“Desde a entrada de qualquer colaborador, existem tapetes onde eles
podem fazer a desinfecção dos calçados. Álcool em gel em todos os
relógios de ponto. Também fazemos a tomada de temperatura do colaborador
antes dele entrar na unidade produtiva para ver se tem algum problema.
Se tiver alguma suspeita, ele é encaminhado ao ambulatório”, garante.
Quem trabalha no setor de carga e descarga usa luvas e máscaras e, a
partir desta semana, os colaboradores de todos os setores passaram a
usar esses equipamentos de proteção do rosto. Segundo a Krindges, os
ambientes são higienizados três vezes ao dia e a fábrica passou a
funcionar em turnos para reduzir o fluxo de pessoas no ambiente.
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