segunda-feira, 6 de abril de 2020

RS: Pesquisadores do SENAI desenvolvem novas fórmulas de álcool gel para suprir falta de insumos na indústria

Instituto de Inovação em Engenharia de Polímeros também trabalha para encontrar alternativas de produção de itens como máscaras, aventais e luvas cirúrgicas

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A crise do novo coronavírus alterou a oferta e a demanda sobre itens do dia a dia. Enquanto alguns estão parados nas prateleiras, a demanda e os preços do álcool em gel e semelhantes dispararam. Para diminuir o desabastecimento do produto em mercados, farmácias e hospitais, o Instituto SENAI de Inovação em Engenharia de Polímeros, em São Leopoldo, trabalha para encontrar soluções alternativas à falta de insumos necessários para a indústria.
“Estamos desenvolvendo novas formulações com outros espessantes, por exemplo, e distribuindo a quem nos solicita. É um tipo de ação que vem ganhando força e participação de várias empresas que estão recebendo essas formulações e produzindo álcool em gel para fornecer e doar”, explica o diretor regional do SENAI-RS, Carlos Trein.
O espessante, a que se refere Trein, é a matéria-prima, geralmente formada por carbono, responsável por transformar o álcool líquido em gel - o componente está em falta no mercado. Como forma de manter a produção de um dos itens mais indicados para higienização das mãos, o ISI Polímeros analisa qual substância similar pode ser usada na fórmula, sempre respeitando as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Algumas delas, inclusive, já foram entregues a indústrias gaúchas. As pesquisas são realizadas em parceria com o Instituto SENAI de Inovação de Biomassa (MS) e Instituto SENAI de Inovação de Biossintéticos e Fibras (RJ).
O centro de inovação também estuda como fabricar máscaras e aventais de proteção com outros materiais, além de não tecidos. O mesmo vale para as luvas cirúrgicas, geralmente feitas de látex. Depois de identificar esses elementos alternativos, o Instituto SENAI de Inovação em Engenharia de Polímeros aproxima fornecedores e indústrias fabricantes. 
Um trabalho de ponta que, segundo Carlos Trein, faz a diferença no combate à Covid-19 no estado. “A Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul e o SENAI estão engajados no sentido de colocar essa expertise e suas instalações a serviço do desenvolvimento de produtos e projetos que possam de alguma forma apoiar a sociedade e a comunidade médica”, ressalta Trein.



“Indústria contra o coronavírus”

O apoio do SENAI não se restringe apenas à área de saúde. Como forma de levar educação e qualificação profissional a milhões de brasileiros que precisam ficar em casa neste momento, a instituição abriu 100 mil vagas gratuitas em cursos a distância com temas ligados à tecnologia. Os interessados podem ter acesso por meio do Mundo SENAI e só precisam fazer um cadastro.
“O SENAI tem uma plataforma de educação à distância com repositório de material, com realidade aumentada. Também há kits simuladores à distância que propiciam o aprendizado. Estamos investindo, sobretudo, na formação de competência da indústria 4.0, que tende a ser um elemento portador de futuro na carreira dos trabalhadores brasileiros”, aponta Rafael Lucchesi, diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Oportunidade, que na avaliação do senador Paulo Paim (PT-RS), pode mudar a vida de jovens carentes, assim ocorreu com ele. “Eu era feirante em Porto Alegre, vendia banana, laranja. Até que fiz um teste para o SENAI e passei. Por isso, reconheço muito a importância do Sistema S. O Sistema Indústria tem adotado uma série de medidas nessa linha, que ajudam o país a superar a pandemia”, elogia o parlamentar.
Essas e outras ações do SENAI para amenizar os efeitos da Covid-19 e proteger quem produz e quem consome fazem parte da campanha nacional “A indústria contra o coronavírus”. Também participam da iniciativa a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço Social da Indústria (SESI), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e as Federações das Indústrias dos estados e do DF. Mais informações podem ser acessadas nas redes sociais de cada instituição.
 

Daniel Marques

 

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