Instituto de Inovação em Engenharia de Polímeros também trabalha para encontrar alternativas de produção de itens como máscaras, aventais e luvas cirúrgicas
A
crise do novo coronavírus alterou a oferta e a demanda sobre itens do
dia a dia. Enquanto alguns estão parados nas prateleiras, a demanda e os
preços do álcool em gel e semelhantes dispararam. Para diminuir o
desabastecimento do produto em mercados, farmácias e hospitais, o
Instituto SENAI de Inovação em Engenharia de Polímeros, em São Leopoldo,
trabalha para encontrar soluções alternativas à falta de insumos
necessários para a indústria.
“Estamos desenvolvendo novas formulações
com outros espessantes, por exemplo, e distribuindo a quem nos
solicita. É um tipo de ação que vem ganhando força e participação de
várias empresas que estão recebendo essas formulações e produzindo
álcool em gel para fornecer e doar”, explica o diretor regional do
SENAI-RS, Carlos Trein.
O espessante, a que se refere Trein, é a
matéria-prima, geralmente formada por carbono, responsável por
transformar o álcool líquido em gel - o componente está em falta no
mercado. Como forma de manter a produção de um dos itens mais indicados
para higienização das mãos, o ISI Polímeros analisa qual substância
similar pode ser usada na fórmula, sempre respeitando as normas da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Algumas delas,
inclusive, já foram entregues a indústrias gaúchas. As pesquisas são
realizadas em parceria com o Instituto SENAI de Inovação de Biomassa
(MS) e Instituto SENAI de Inovação de Biossintéticos e Fibras (RJ).
O centro de inovação também estuda como
fabricar máscaras e aventais de proteção com outros materiais, além de
não tecidos. O mesmo vale para as luvas cirúrgicas, geralmente feitas de
látex. Depois de identificar esses elementos alternativos, o Instituto
SENAI de Inovação em Engenharia de Polímeros aproxima fornecedores e
indústrias fabricantes.
Um trabalho de ponta que, segundo Carlos
Trein, faz a diferença no combate à Covid-19 no estado. “A Federação
das Indústrias do Rio Grande do Sul e o SENAI estão engajados no sentido
de colocar essa expertise e suas instalações a serviço do
desenvolvimento de produtos e projetos que possam de alguma forma apoiar
a sociedade e a comunidade médica”, ressalta Trein.
“Indústria contra o coronavírus”
O apoio do SENAI não se restringe apenas
à área de saúde. Como forma de levar educação e qualificação
profissional a milhões de brasileiros que precisam ficar em casa neste
momento, a instituição abriu 100 mil vagas gratuitas em cursos a
distância com temas ligados à tecnologia. Os interessados podem ter
acesso por meio do Mundo SENAI e só precisam fazer um cadastro.
“O SENAI tem uma plataforma de educação à
distância com repositório de material, com realidade aumentada. Também
há kits simuladores à distância que propiciam o aprendizado. Estamos
investindo, sobretudo, na formação de competência da indústria 4.0, que
tende a ser um elemento portador de futuro na carreira dos trabalhadores
brasileiros”, aponta Rafael Lucchesi, diretor de Educação e Tecnologia
da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Oportunidade, que na avaliação do
senador Paulo Paim (PT-RS), pode mudar a vida de jovens carentes, assim
ocorreu com ele. “Eu era feirante em Porto Alegre, vendia banana,
laranja. Até que fiz um teste para o SENAI e passei. Por isso, reconheço
muito a importância do Sistema S. O Sistema Indústria tem adotado uma
série de medidas nessa linha, que ajudam o país a superar a pandemia”,
elogia o parlamentar.
Essas e outras ações do SENAI para
amenizar os efeitos da Covid-19 e proteger quem produz e quem consome
fazem parte da campanha nacional “A indústria contra o coronavírus”.
Também participam da iniciativa a Confederação Nacional da Indústria
(CNI), o Serviço Social da Indústria (SESI), o Instituto Euvaldo Lodi
(IEL) e as Federações das Indústrias dos estados e do DF. Mais
informações podem ser acessadas nas redes sociais de cada instituição.
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