Projeto com especialistas da área de saúde mental ajuda a superar ansiedade e medos gerados pela pandemia de Covid-19; consultas são gratuitas
Além
de problemas estruturais causados pelos sintomas da Covid-19, como
lotação em hospitais e falta de medicamentos, a pandemia também pode
afetar a saúde mental da população. A avaliação é da gestora do Centro
de Inovação SESI-RS em Fatores Psicossociais, Letícia Lessa.
A especialista conta que, por esse motivo, a unidade, localizada em
Porto Alegre, atende gratuitamente trabalhadores da indústria que
sofrem, por exemplo, de ansiedade ou depressão.
“No atendimento, o trabalhador vai poder falar sobre sentimentos,
medos, angústias, dúvidas em geral, ou seja, qualquer situação que,
neste momento, ele possa estar enfrentando. É um momento de conversa, no
qual ele vai poder desabafar com profissionais especializados que estão
à disposição para escutá-lo e acolher as demandas. Após isso, se for
necessário, é feito algum tipo de encaminhamento”, explica Letícia
Lessa.
Denominado “SOS Psicossocial Coronavírus”, o projeto pretende
colaborar na redução dos impactos causados pela pandemia na saúde dos
trabalhadores e de seus familiares. “Nós acompanhamos todo esse
movimento e tomamos ciência do cuidado com a saúde mental durante essa
situação que envolve o novo coronavírus”, completa a gestora do Centro
de Inovação SESI-RS em Fatores Psicossociais.
Para a neuropsicóloga do Ibmec, Keli Rodrigues, a iniciativa do SESI
contriubui para que os trabalhadores consigam superar medos e manter os
ambientes laborais saudáveis. A ajuda de especialistas, segundo ela, é
fundamental, independentemente da crise atual.
“As pessoas estão antecipando, dentro delas, esse cenário de
adoecimento, de crise, de perder o emprego. Então, todas as situações
catastróficas que podem acontecer ou discorrer disso, as pessoas
vivenciam, no momento atual, como se já estivesse acontecendo. Ou seja,
elas antecipam um futuro e sentem as emoções como se já estivesse
acontecendo”, aponta a neuropsicóloga.
A preocupação da especialista pode ser ilustrada por meio de números.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a depressão seja o
maior motivo de afastamento do trabalho no mundo, o que resulta em um
impacto na economia global superior a US$ 1 trilhão. No Brasil, mais de
12 milhões de pessoas sofrem com a doença, de acordo com a entidade. Na
indústria, os transtornos mentais e comportamentais são a terceira causa
de afastamento dos trabalhadores do setor, segundo o SESI.
Para ser atendido pela equipe do Centro de Inovação SESI em Fatores Psicossociais, o profissional ou a própria empresa podem entram em contato pela Central de atendimento via WhatsApp, pelo número (51) 9 9226-3846; pelo e-mail sesirs@sesirs.org.br ou pelo site do da instituição sesirs.org.br.
O atendimento é realizado por integrantes da equipe multidisciplinar e está disponível de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 17h30. Mais informações sobre os serviços podem ser encontradas na página do Centro de Inovação SESI em Fatores Psicossociais (https://www.sesirs.org.br/servicos/centro-de-inovacao-sesi-em-fatores-psicossociais).
O Centro de Inovação SESI em Fatores Psicossociais atua no Rio Grande
do Sul desde 2017, no auxílio de empresas industriais, com o
desenvolvimento de projetos e serviços inovadores que ajudam no controle
de doenças mentais, sobretudo dos trabalhadores do setor industrial.
Além da assistência psicossocial, SESI lançou um guia para prevenção
da Covid-19 nas empresas. O documento digital de 18 páginas possui
orientações e informações para auxiliar gestores e funcionários na
identificação de casos suspeitos, formas de transmissão e grupos de
risco do novo coronavírus.
Segundo o gerente-executivo de Saúde e Segurança na Indústria do
SESI, Emmanuel Lacerda, a cartilha foi produzida por médicos do trabalho
e infectologistas e é baseada no Protocolo de Manejo Clínico do
Ministério da Saúde.
“Esse rol de medidas inclui ventilação, higienização e desinfecção de
ambiente de trabalho, desinfecções de ferramentas e equipamentos de
trabalho, práticas de segurança no trabalho, como promoção de etiquetas
respiratórias”, explica.
O guia reforça a importância de empresas e trabalhadores seguirem as
orientações de conduta pessoal consolidadas pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde. Manter as pessoas informadas
sobre a doença e estimular a redução de contatos físicos e a higiene
constante das mãos está entre as principais medidas que as empresas
devem tomar.
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