
Hans von Bülow incluiu Brahms entre os "três Bs" dos maiores compositores alemães (os outros dois seriam Beethoven e Bach), e apelidou a primeira sinfonia de Brahms de "décima de Beethoven".
No dia 7 de maio de 1833, em Hamburgo, nasceu Johannes Brahms. Seu pai, Johan Jacob, era contrabaixista
e ganhava a vida tocando em bares e tavernas da cidade portuária. Logo
ele percebeu os dotes pouco comuns do filho e, quando este completou
sete anos, contratou o excelente professor Otto Cossel para dar-lhe aulas de piano. Aos 10 anos, o menino fez seu primeiro concerto público, interpretando Mozart e Beethoven. Também aos 10 anos, ele já frequentava as tabernas com seu pai e tocava lá durante parte da noite.
Não tardou a receber um convite para tocar nas cervejarias da
noite hamburguesa, sempre ao lado de seu pai. Enquanto trabalhava como
músico profissional, Johannes tinha aulas com Eduard Marxsen, regente da Filarmônica de Hamburgo e compositor. Foi Marxsen quem lhe deu as primeiras noções de composição.
Como músico de cervejaria, Brahms conhece Eduard Reményi, violinista húngaro que havia se refugiado em Hamburgo. Combinam uma tournée pela Alemanha. Nesta viagem, Brahms acaba conhecendo Joseph Joachim (famoso violinista, que viria a se tornar um de seus maiores amigos), Liszt e também os Schumann.
Brahms dedicou-se a todas as formas, exceto balé e ópera, que não lhe
interessavam - seu domínio era realmente a música pura, onde reinou
absoluto em seu tempo. Podemos dizer que Brahms ocupou o espaço deixado
por Wagner, que se dedicava à ópera, e com ele dominou a música da segunda metade do século XIX.
A obra brahmsiniana representa a fusão da expressividade
romântica com a preocupação formal clássica. Em uma época onde a
vanguarda estava com a música programática de Liszt e o cromatismo
wagneriano, Brahms compôs música pura e diatônica, e ainda assim
conseguiu impor-se. Talvez este seja um de seus maiores méritos. Em
contrapartida, um fator que faz com que Brahms seja de certa forma
inovador, é o seu estilo de modulação,
sendo que, muitas vezes, Brahms usa de modulações repentinas dentro do
discurso harmônico de suas obras, sempre trilhando caminhos de intervalos de terça.
Porém, a contragosto, Brahms viu-se no meio da querela entre os
conservadores, capitaneados pelo crítico Hanslick, e os "modernistas",
principalmente Hugo Wolf,
sendo adotado pelo lado "reacionário". Como os wagnerianos acabaram por
dominar a maior parte da crítica na virada do século, demorou muito
para que a obra de Brahms fosse colocada no lugar que merecia.
Um dos que mais contribuíram para mudar esse estado de coisas foi Arnold Schoenberg, pai do dodecafonismo,
que expôs, numa conferência realizada nos Estados Unidos, em 1933, o
quanto Brahms era inovador e até mesmo revolucionário. Hoje, esta é a
ideia predominante: Brahms é um dos compositores mais conhecidos.
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