Cada item custa entre R$ 5 e R$ 15 e é feito de bioplástico que não oferece danos à respiração; filtros da máscara são de algodão vendido em farmácias
A
Federação das Indústrias do Piauí (FIEPI) doou 10 impressoras 3D para a
produção de um novo modelo de item de proteção contra o coronavírus. A
máscara foi desenvolvida em uma parceria entre a Universidade Federal do
Delta do Parnaíba e a empresa TRON Ensino de Robótica Educativa. O
modelo, batizado de Delfi-TRON, é reutilizável, o que diminui a pressão
no mercado por máscaras descartáveis. O único componente que deve ser
substituído de tempos em tempos é o filtro de ar.
a“Ela foi projetada para ser uma máscara
que possa ser produzida por qualquer impressora 3D doméstica. Ela conta
com um filtro de algodão que pode ser encontrado em qualquer farmácia”,
explica o coordenador do projeto, Gildário Lima.
Em fase de testes, a máscara já foi
impressa em cinco países e em outros estados brasileiros. Para atestar a
qualidade e sugerir melhorias, 70 profissionais da área da saúde
analisam o protótipo. Segundo Lima, as impressoras doadas pela FIEPI vão
ser usadas na produção de mil máscaras, que serão entregues para a
Secretaria Estadual de Saúde.
Os equipamentos de proteção individual
utilizam como material o composto PLA, um bioplástico que não oferece
danos à respiração. No projeto, o PLA mantém a porosidade necessária
para impedir a penetração do vírus.
Como filtros da máscara, os testes
apontam a eficácia de materiais de baixo custo, como discos de algodão
comuns vendidos em farmácias. Segundo os pesquisadores, podem ser
utilizados, em média, de seis a oito horas, dependendo da densidade do
material. A cada utilização, basta higienizar a máscara, com álcool em
gel a 70% ou solução de água sanitária convencional, trocar o filtro e
voltar a usar.
Cada máscara tem o custo aproximado
entre R$ 5 e R$ 15, de acordo com a escala de produção. A efeito de
comparação, uma impressora 3D amadora, que custa em média de R$ 1.400 a
R$ 3.500, é capaz de produzir cinco máscaras a cada 24 horas.
Retomada das atividades
Para expor as dificuldades enfrentadas e
discutir alternativas para retomada de forma segura da atividade
industrial no estado, o presidente da FIEPI, Zé Filho, se reuniu com
membros do Comitê Gestor de Medidas para Enfrentamento da Pandemia de
Coronavírus da Prefeitura de Teresina. No encontro realizado na última
semana, ele entregou um relatório com ações de enfrentamento à doença,
por meio do SESI e SENAI, e colocou a estrutura das unidades móveis de
saúde e cartilhas com protocolos voltados a estabelecimentos industriais
à disposição das autoridades da capital.
Ao reforçar que alguns setores da
indústria considerados essenciais funcionam com segurança, Zé Filho
citou o exemplo da construção civil e sua cadeia produtiva, como as
cerâmicas, liberadas em 23 estados, mas impedidas de funcionar no Piauí.
“A pandemia atinge igualmente a gestão
pública, a população e os empresários. Por isso, buscamos nos aproximar
desse comitê para acompanhar e colaborar no que for possível para que
possamos sair dessa situação”, ponderou o presidente da FIEPI.
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