Novos testes com o medicamento antiparasitário nitazoxanida estão sendo realizados para o tratamento da Covid-19
Novos
testes com o medicamento antiparasitário nitazoxanida estão sendo
realizados para o tratamento da Covid-19. O Governo Federal informou que
nesta fase será feito o teste clínico em pessoas contaminadas pela
doença em fase inicial, ou seja, onde o paciente apresenta sintomas
leves ou assintomáticos. Os novos testes vão incluir 500 pacientes
infectados pelo novo coronavírus. A medida é mais uma ação do governo
por intermédio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC).
A segunda fase da pesquisa vai contar
com um investimento de R$5 milhões. O objetivo é avaliar se o
medicamento é eficaz no tratamento de pacientes com sintomas leves da
Covid-19.
De acordo com o ministro da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, o objetivo
desse novo protocolo é averiguar se a droga poderá evitar que a doença
evolua para um quadro mais grave. O ministro explica ainda, que a
testagem não interfere no tratamento atual que vem sendo ofertado para
as pessoas contaminadas.
“Esse remédio não tem efeitos
colaterais, é importante lembrar. As pessoas que vão participar do
teste, terão o mesmo tratamento que teriam sem participar do exame, ou
seja, podem utilizar antitérmicos, antibióticos, anticoagulantes etc.
Tratamento normal”, ressaltou o ministro.
A primeira fase de testagem do
medicamento antiparasitário nitazoxanida começou a ser testado
inicialmente em um grupo de 500 pacientes com sintomas graves da doença,
como febre, pneumonia, tosse seca e com características da tomografia
com vidro fosco ou hospitalizados. De acordo com o ministro Marcos
Pontes, o processo ainda não foi concluído e os resultados iniciais
deverão ser avaliados por uma comissão técnica externa.
Cronograma dos processos
O secretário de Políticas para Formação e
Ações Estratégicas do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações, Marcelo Morales, explica como está o andamento da testagem
e a diferença dos dois protocolos com a utilização do medicamento
nitazoxanida para o tratamento da Covid-19. Atualmente existem dois
processos, o primeiro com pacientes com sintomas graves e o segundo que
deve iniciar com paciente com sintomas leves da doença.
“Em relação ao primeiro teste, o
protocolo que está em andamento é o paciente com pneumonia, casos graves
da Covid. Ele tem tosse, febre e também aquela tomografia em vidro
fosco. É esse paciente que está apto a entrar nesse protocolo que está
em andamento. O novo protocolo é para o paciente que está com sintomas
precoce ou sem sintomas e que testou positivo. Mas como a doença é
imprevisível, cuja a replicação viral precisa ser inibida para que ele
não entre naquela tempestade inflamatória, a ideia é que essa droga se
mostrando eficiente na inibição da replicação viral, evite o paciente a
chegar nessa tempestade inflamatória que leva ao agravamento da doença”,
destacou Morales.
Os testes clínicos com o antiparasitário
estão sendo realizados em 17 hospitais de 7 capitais brasileiras: São
Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Manaus e
Curitiba.
O ministro do MCTIC, Marcos Pontes,
ressaltou ainda que só vamos poder confirmar a eficácia do medicamento
para o tratamento da doença, após o término da testagem no organismo dos
pacientes. Até o momento a pasta só realizou o teste in vitro.
“No momento em que nós tivermos o
resultado, porque in vitro é uma coisa e quando você testa em um
organismo inteiro é outra. Precisamos ter certeza de que o medicamento
funcione. É importante termos esses resultados, porque esse é um
protocolo científico feito no Brasil e em outros países. Com essa
sinalização teremos um remédio que poderá ser utilizado para tratar a
Covid-19 no estágio inicial. O que certamente evita que as pessoas
progridam no agravamento da doença e superlotações de hospitais e a
necessidade de UTIs, etc”, afirmou o ministro.
De acordo com o ministério, a
nitazoxanida é um antiparasitário que pode agir em viroses e, no
passado, já foi utilizado com sucesso contra o rotavírus, como ressalta o
diretor técnico da saúde do Hospital das Forças Armadas, o Brigadeiro e
Doutor Geraldo José Rodrigues. “É um medicamento que tem efeitos
reconhecidamente antivirais. No passado, já foi utilizado nesse país, em
uma epidemia de rotavírus e com sucesso. Atualmente os estudos sobre o
medicamento, as pesquisas multicêntricas não se limitam ao Sars-CoV-2.
Ele foi pesquisado para o Sars-CoV-1 também, o primeiro coronavírus. E
existem pesquisas mundiais sobre o uso desse medicamento na hepatite C.
Então, seria oportuno que tivéssemos uma adesão expressiva para que
terminássemos logo essa pesquisa”, destacou o Rodrigues.
Investimentos
Os ensaios clínicos com a nitazoxanida
fazem parte dos projetos da RedeVírus MCTIC. O programa responsável pela
articulação dos laboratórios de pesquisa e especialistas na
continuidade dos estudos do novo coronavírus. Os recursos para os testes
são parte do montante de R$ 352,8 milhões em crédito extraordinário
disponibilizados para a pasta por meio da Medida Provisória 962/2020,
publicada no início deste mês.
Para mais informações acesse: www.mctic.gov.br
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