Votação também derrubou outros vetos, como as medidas de combate à Covid-19 em territórios indígenas e quilombolas
O
Congresso Nacional realizou votação, na última quarta-feira (19), em
que ficou decidido por derrubar os vetos que o presidente da República,
Jair Bolsonaro, fez em medidas como o uso obrigatório de máscaras; às
medidas de combate à Covid-19 em territórios indígenas e quilombolas; às
regras para transferência de terras da União para Amapá e Roraima; e ao
prazo de 72 horas para autorização da Anvisa nas importações durante a
pandemia.
Quando pensamos em como vai ficar a legislação sobre temas importantes
para a sociedade, como em relação ao veto parcial do presidente ao
projeto que obriga a população a usar máscaras de proteção enquanto
durar o estado de calamidade pública (PL 1.562/2020), o advogado e
professor de Direito Constitucional, Max Kolbe, explica que a palavra
final sobre essas legislações é do próprio Congresso.
Projeto do Senado permite que empresas migrem para regime tributário que atende atuais perspectivas de lucro
“O presidente da República vetou, ele não concordou parcialmente com
aquele projeto de lei aprovado. A própria Constituição fala que quando o
presidente veta um PL, o mesmo volta para o Congresso Nacional para
apreciação da derrubada ou não, porque a palavra final de quem cria a
lei é do próprio Congresso”, detalhou o professor.
O deputado federal, Márcio Jerry (PCdoB/MA), foi crítico a Bolsonaro.
Para o parlamentar, a forma como o presidente tratou assuntos de
relevância para a população, mostra a insensibilidade do governo federal
para as causas de pessoas mais humildes e sensíveis aos efeitos da
pandemia do coronavírus.
“É importante ter flexibilidade na ação da Anvisa, assim como é
fundamental para a saúde das pessoas o uso da máscara. Do mesmo modo, é
importante o veto absolutamente cruel que subtrai até água potável de
comunidades indígenas. Então são vetos importantes, neste momento, feito
por um resgate do Congresso Nacional”, argumentou o deputado.
Ao final da sessão, os parlamentares mantiveram o veto total (Veto
24/2020) à proposta que, em razão da pandemia, suspendia a inclusão de
devedores em cadastros negativos, como Serasa e SPC. Segundo o
Executivo, o projeto prejudica o funcionamento do mercado de crédito e a
eficiência dos sistemas de registro.
Por conta de um acordo entre os líderes, a análise de três vetos foi
adiada. Na próxima reunião do Congresso ficarão os itens que tratam do
pacote anticrime; de medidas para estender o auxílio emergencial de R$
600; e da prorrogação, até o final de 2021, da desoneração da folha de
pagamentos de 17 setores da economia.
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