O 5G está sendo ligado aos poucos nas capitais brasileiras até 28 de novembro de 2022. Enquanto o 5G vai proporcionar revolução em setores como a Indústria 4.0 e o agronegócio conectado, a obrigatoriedade do 4G vai levar à democratização do acesso à internet
O 5G já está presente em 12 capitais brasileiras. Depois das capitais, onde a tecnologia deve estar presente até 28 de novembro deste ano, os demais municípios recebem a quinta geração de acordo com o tamanho da população até 2028:
- Julho de 2025: municípios com mais de 500 mil habitantes;
- Julho de 2026: localidades com mais de 200 mil habitantes;
- Julho de 2027: cidades com mais de 100 mil habitantes;
- Julho de 2028: cidades com mais de 30 mil habitantes.
Homero Salum, diretor de Engenharia da TIM Brasil, observa que nesta primeira fase do 5G o número de antenas está superando o mínimo exigido e que, em breve, as capitais vão experimentar uma cobertura ainda maior da nova tecnologia.
“Brasília foi a primeira cidade a receber o serviço 5G com um investimento que superará 200 antenas ao longo do ano. Na última semana, Belo Horizonte, João Pessoa, Porto Alegre e São Paulo foram contempladas com o 5G standalone e a cobertura da TIM nessas cidades supera o número exigido pela Anatel. Em São Paulo, a Tim está com o 5G presente em 100% dos bairros”, destaca Salum.
O adensamento do sinal nas capitais, ou seja, a instalação de mais antenas para que mais pessoas usufruam da nova tecnologia, vai ocorrer paulatinamente até 2025. Atualmente, a regra é uma antena para cada 100 mil usuários. Em meados do ano que vem, é obrigatória ter uma antena a cada 50 mil habitantes; e, em julho de 2024, uma para cada 30 mil; no ano seguinte, uma estação para cada 10 mil pessoas (o que em São Paulo, por exemplo, se traduz em mais de 4.500 antenas.
Para a expansão do 5G é necessário instalar antenas específicas para a nova tecnologia. Mas as leis municipais muitas vezes estão defasadas e dificultam o processo. Sem a atualização das leis, novos postes e antes podem demorar de meses a anos para serem aprovados pelas prefeituras, como acontece atualmente na maioria dos municípios.
Segundo a Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), até agora 160 municípios aprovaram a reformulação de suas leis de antenas, adaptando-as à legislação federal. As populações dessas cidades, somadas, correspondem a mais de 30% da população brasileira. São Paulo lidera o ranking com 39 cidades com leis aprovadas.
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A promessa é de que a internet móvel de alta velocidade e baixa latência propicie uma revolução em diversos setores, como a Indústria 4.0 e o agronegócio conectado. Homero explica que o 5G, nos próximos anos, trará impactos incalculáveis.
“Com conexões melhores e mais rápidas, o 5G é capaz de conectar máquinas, objeto, coisas e pessoas. Por isso, é chamada a tecnologia do futuro. Essas características vão impactar o Brasil em inúmeros segmentos da indústria, do setor de serviços, do agronegócio e até mesmo as rotinas das pessoas dentro das casas”, aponta o diretor da Tim Brasil.
Brasília, Porto Alegre, João Pessoa, Belo Horizonte e São Paulo foram as primeiras contempladas com o 5G. Curitiba, Goiânia, Salvador, Palmas, Vitória, Florianópolis e Rio de Janeiro foram as capitais que receberam internet móvel de quinta geração recentemente.
4G e democratização da internet
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) obrigou, por meio dos editais dos leilões do 5G, as empresas de telefonia a levarem o 4G a todas as cidades do país com mais de 600 habitantes a partir de 2023. Foi o 4G que permitiu a inserção digital de milhões de pessoas, possibilitando, por exemplo, o comércio pela internet, o teletrabalho e as aulas on-line durante a pandemia.
Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel) revelou que importantes áreas metropolitanas, incluindo a periferia de grandes capitais, como Rio de Janeiro, São Paulo, Goiânia e Salvador, não contam sequer com a cobertura 4G. Em São Paulo, por exemplo, Parelheiros, extremo da zona sul, Guaianases, extremo da zona leste, e Iguatemi têm um grande número de pessoas que querem se conectar, mas não conseguem usar uma máquina de cartão de crédito, por exemplo.
Luciano Stutz, presidente da Abrintel, acredita que o 5G vai realmente revolucionar diversos setores, mas que, por enquanto, a obrigatoriedade do 4G na maior parte das cidades é que vai fazer real diferença no dia a dia da população.
“O 5G, para quem compra hoje um telefone que suporta a nova
tecnologia e começa a utilizar, vai apenas se traduzir em mais
velocidade. Porque os novos serviços 5G vão chegar agora, após a
tecnologia implantada. A telemedicina, cirurgia à distância, carro
autônomo, exames diagnósticos à distância, isso vai acontecer sim, mas
começa agora essa corrida por novas aplicações. Já o 4G, você ‘acende’
uma antena onde não tem cobertura, a pessoa no dia seguinte já pode
começar a utilizar a partir da sua casa, a partir do posto de saúde que
ela frequenta, da escola que seu filho frequenta. O aumento da cobertura
do 4G hoje tem mais diferença econômica e social para o Brasil do que a
chegada do 5G”, explica Stutz.
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