Deputado foi autor de destaque que retirou trecho da Nova Lei do Gás que estabelecia preço máximo do produto para termelétricas em leilões da Aneel
Em
entrevista à Agência do Rádio Mais, o deputado federal Paulo Ganime
(NOVO-RJ) afirmou que a promoção da concorrência entre empresas é a
melhor forma de regular o mercado do gás natural no Brasil. O modelo
defendido pelo parlamentar é uma das principais mudanças sugeridas na
Nova Lei do Gás (PL 6.407/13), proposta aprovada na Comissão de Minas e
Energia da Câmara no último dia 23.
É de autoria de Ganime o destaque acatado pelo colegiado que retirou
da proposta um artigo que criava teto máximo para compra de gás natural
por termelétricas, negociado em leilões da Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel). As termelétricas são as principais consumidoras do
produto no país. Em agosto, essas instalações industriais utilizaram
29,5 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural, o que representa
41,79% do consumo nacional.
“O objetivo é fazer com que a livre iniciativa e as empresas que
entrarem nos próximos leilões e participem das próximas concorrências
saibam que elas estariam sendo reguladas pelo preço do mercado. É claro
que a gente tem o papel da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Combustíveis (ANP), mas estamos tentando diminuir ao máximo o poder e o
papel do Estado nesse mercado”, ressaltou o parlamentar.
A Nova Lei do Gás também pode ampliar a infraestrutura do setor de
gás natural. Isso porque o texto autoriza a construção de gasodutos pelo
regime de autorização. Na prática, isso quer dizer que não será
necessário que a ANP realize processo de licitação pública, como a atual
lei obriga. A malha brasileira de gasodutos, contando vias de
transporte e distribuição, tem 45 mil quilômetros, segundo o Centro
Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). O problema é que a maioria desses
dutos está concentrada na região costeira, enquanto o combustível fica
subutilizado no interior.
Na avaliação do deputado Carlos Chiodini (MDB-SC), a Nova Lei do Gás
contribui para a regionalização do gás natural, ao incentivar a expansão
de gasodutos a todas as regiões do país. “A proposta regulamenta um
mercado importante para o desenvolvimento brasileiro, uma fonte de
energia útil na indústria, no comércio e na energia para automóveis”,
lembrou.
Fim do monopólio
Segundo o PL 6.407/13, a oferta de gás no país vai crescer com o fim
do monopólio da Petrobras. Atualmente, a estatal detém 92% de toda a
produção de gás natural no Brasil. Para o deputado Rafael Motta
(PSB-RN), essa nova regra tornará o setor de transporte mais
transparente, além de ampliar as atividades de comercialização do
produto.
“Todas as ações que foram tomadas certamente vão ampliar o setor,
aumentando a oferta no mercado e barateando o acesso a esse consumo. O
mais importante também é que nós tiramos das mãos de um controlador
único e passamos a ofertar para outros importadores. Esperamos que
realmente a Nova Lei do Gás venha para tornar o preço final do produto
mais barato”, projetou o parlamentar.
A proposta tramita em caráter conclusivo na Câmara dos Deputados, ou
seja, não precisa ser votado em Plenário. Após a aprovação na Comissão
de Minas e Energia, segue agora para ser analisado na Comissão de
Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário