A escolha de 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra foi inspirada na data da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695
Nesta
quarta-feira, dia 20 de novembro, é celebrado o Dia Nacional da
Consciência Negra. Segundo o presidente do Núcleo de Estudos
Afro-brasileiros e Indígenas do Centro Universitário de Anápolis
UniEVANGÉLICA, Roberto Alves, antes de citar dados, é preciso fazer uma
reflexão sobre o significado da data.
“Que nível está a sua consciência negra? Porque consciência é com
ciência, conhecimento. Então, o que nós conhecemos ainda sobre os negros
no Brasil, sobre a cultura negra no Brasil, sobre a riqueza cultural,
de inteligência, de beleza, de contribuição? Se a nossa consciência
negra estivesse mais consciente, com certeza diminuiria essa diferença
que ainda tem com a comunidade negra no Brasil”, afirma.
Diferença essa que, infelizmente, ainda existe em pleno século 21. De
acordo com o informativo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no
Brasil, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o
IBGE, a população negra tem 2,7 mais chances de ser vítima de
assassinato do que os brancos.
Além disso, o levantamento aponta que pretos e pardos, que compõem a
população negra do país, são maioria entre trabalhadores desocupados
(64,2%) ou subutilizados (66,1%). No que diz respeito a ocupação de
cargos gerenciais, os negros são a minoria (29,9%).
Porém, no que se refere ao ensino superior em instituições públicas
brasileiras, os dados são positivos. De acordo com a analista de
indicadores sociais do IBGE Luanda Botelho, a proporção de pessoas
pretas ou pardas cursando o ensino superior em instituições públicas
brasileiras chegou a 50,3% em 2018. De acordo com ela, esta é a primeira
vez que a população negra ultrapassa a metade das matrículas em
universidades e faculdades públicas.
“Melhoraram os indicadores, levando a uma maior proporção de pessoas
pretas ou pardas concluindo o ensino médio, estando aptas a cursar o
ensino superior; e a gente tem também nos anos 2000, as políticas de
expansão do ensino superior e de democratização do acesso, que seriam as
políticas de cotas. Então eu acho que a gente pode explicar esse
resultado por essa trajetória de melhora desses indicadores, pelas
políticas de acesso ao ensino superior e também por este aumento na
autodeclaração da população preta ou parda”, conta.
O empresário Fernando Cândido, negro, de 30 anos, tem uma
hamburgueria em São Paulo chamada Rap Burguer, com uma temática de
Hip-Hop e Rap. Ele conta que o preconceito racial ainda existe e é
visível, mas essa realidade vem mudando gradativamente.
“Quando você tem essa consciência racial, que você consegue, de fato, perceber que você está em uma sociedade que tem um preconceito, um racismo impregnado nela, é impossível viver sem, de fato, combater esse problema”, disse.
A escolha de 20 de novembro como o Dia Nacional da Consciência Negra
foi inspirada na data da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. Zumbi foi
a liderança mais conhecida do chamado Quilombo dos Palmares, que se
localizava na Serra da Barriga, em Alagoas. A data foi estabelecida pela
Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011.“Quando você tem essa consciência racial, que você consegue, de fato, perceber que você está em uma sociedade que tem um preconceito, um racismo impregnado nela, é impossível viver sem, de fato, combater esse problema”, disse.
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