Projeto de lei em discussão na Câmara dos Deputados promete mudar essa realidade a partir da abertura do mercado
A
tarifa de energia dos fluminenses é a segunda mais cara do País,
segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O
consumidor do estado do Rio de Janeiro paga 0,668 R$/kWh e perde apenas
para o consumidor do Pará, onde a tarifa custa 0,684 R$/kWh. Um projeto
de lei em discussão na Câmara dos Deputados promete mudar essa realidade
a partir da abertura do mercado, atraindo outras empresas do ramo que
possibilitem ao consumidor escolher que tipo de energia ele quer, e de
qual fornecedor quer comprar.
De acordo com o Projeto de Lei 1917 de 2015, as inovações
tecnológicas, a crescente preocupação com o meio ambiente e o surgimento
de diferentes fontes de energia, como a proveniente da luz e do calor
do sol, fazem com que o consumidor se interesse - legitimamente - em
escolher qual fornecedor de energia se encaixa melhor no seu estilo de
vida. Defendida por parlamentares na Câmara dos Deputados, a proposta
está na comissão especial que analisa o tema, enquanto espera parecer da
relatoria.
O deputado federal Paulo Gamine (NOVO-RJ) acredita que a proposta
está de acordo com o interesse da população, o de pagar menos pela conta
de energia.
“Quem é pessoa jurídica pode contratar energia diretamente e conseguir energia mais barata. Para pessoas físicas, isso ainda não é possível. O projeto iguala isso, dando essa mesma liberdade para os pequenos consumidores”, defende Ganime.
“Quem é pessoa jurídica pode contratar energia diretamente e conseguir energia mais barata. Para pessoas físicas, isso ainda não é possível. O projeto iguala isso, dando essa mesma liberdade para os pequenos consumidores”, defende Ganime.
Reajuste tarifário
Até os três primeiros meses do ano, o Rio de Janeiro mantinha a
posição de terceiro estado com a tarifa mais cara do País. Porém, o
reajuste nas contas de luz dos consumidores, aprovado em março pela
Aneel, elevou o valor das contas e colocou o estado em segundo lugar no
ranking. Ao calcular o reajuste, são levados em consideração a variação
de custos associados à prestação do serviço das distribuidoras.
O deputado Gurgel (PSL-RJ) acredita que a abertura de mercado
significa dar ao consumidor a chance de optar pelo o que quer pagar. No
Rio de Janeiro, segundo o parlamentar, há a cobrança de uma taxa de
disponibilidade, uma espécie de pagamento mínimo, mesmo que não haja o
consumo de energia. “Esse valor é de aproximadamente R$ 80 reais para um
consumidor residencial, se ele não usar. Ou seja, ele paga por um
pacote que não usa. Isso é enriquecimento sem causa. Então, o monopólio
gera isso. Não há outra empresa para buscar, não tem outro fornecer, nem
outro caminho. A abertura de mercado é importante para todos”, afirma
Gurgel.
A liberdade de escolha do fornecedor de energia elétrica foi
apresentada ao Brasil em 1995, mas restrita aos grandes consumidores,
com carga igual ou superior a 3.000 kW e atendimento em tensão igual ou
superior a 69 kV. Especialista no setor, a advogada Juliana Raffo
recorre a pesquisas feitas no setor de energia para confirmar que a
maioria da população está insatisfeita com o valor cobrado nas tarifas.
"A pesquisa mostra que 80% da população entende que paga um valor alto e
gostaria de ter acesso a outras opções”, aponta. Atualmente, compete
apenas à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) definir as tarifas
de uso dos sistemas de transmissão e distribuição.
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