segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Estudantes do SESI Rio Claro (SP) criam solução para ampliar áreas verdes nas cidades

Projeto será apresentado no Torneio de Robótica FIRST LEGO League 2020, entre os dias 3 e 6 de março, em São Paulo

Foto: Arquivo Pessoal

A preocupação com o crescimento populacional e com os possíveis efeitos do aquecimento global levou alunos do SESI de Rio Claro (SP) a criar uma solução para a falta de vegetação em áreas urbanas. A ideia, batizada de Sliced Garden (Jardim em Fatias, em português) será apresentada pelos estudantes da equipe Thuderbóticos no Torneio de Robótica FIRST LEGO League 2020. O evento será realizado entre os dias 3 e 6 de março, em São Paulo.
Segundo Marcela Brito, de 15 anos, integrante da equipe Thuderbóticos, foi preciso muita pesquisa para chegar a um projeto inovador e acessível ao mesmo tempo e que ainda possibilitasse o aumento das áreas verdes nos centros urbanos. “Acoplamos ao telhado módulos de vegetação, com materiais de baixo custo e resistentes, para ser de fácil acesso e que unisse preservação com aumento da vegetação”, explica a jovem.
Entre o planejamento e a execução, foram cerca de quatro meses. Com base triangular, para ter aerodinâmica, o módulo é feito com fibra de coco e poliacrilato, um material que ajuda a reter a água e manter as plantas irrigadas, mesmo em épocas de estiagem. A equipe contou com a ajuda de um botânico e escolheu a lambari roxo para compor a vegetação, uma folhagem ornamental ramificada, nativa do México. Para a estudante, além de apresentar uma criação que pode impactar positivamente a vida das pessoas, o trabalho em equipe é especial. “Poder trocar experiências, contar sobre nossos conhecimentos, nossas descobertas e fazer amizades que levamos para uma vida toda. É muito importante e prazeroso chegar no torneio e poder contar um pouquinho para o pessoal tudo que a gente desenvolveu na temporada”, afirma.



Ao lado de nove colegas de equipe, Marcela treina com a ajuda do analista de Suporte em Informática do SESI Rio Claro, Leonardo Vinícius Santolin. Para ele, o maior desafio foi sair do óbvio e propor uma solução inovadora voltada para o mercado de módulos de vegetação. “E qual a diferença dos telhados verdes? Esses são caros. Para as cidades grandes, a questão financeira funciona, mas para as cidades do interior, ficaria caro, por exemplo, no sistema de irrigação. Então, planejamos algo mais barato para que, quem não tenha dinheiro, possa usar”, justificou.
Santolin lembra que o projeto já evoluiu desde que foi concebido. “A gente conseguiu obter redução de 2ºC na temperatura dos locais, dos telhados, onde os jardins foram implementados. Isso faz com que a pessoa use menos ar-condicionado e refrigerador”, completou. Para o supervisor técnico educacional do SESI de São Paulo, Ivanei Nunes, o FIRST LEGO League é um torneio que envolve o desenvolvimento do ser humano, do pesquisador e do robô.
“Os alunos são desafiados a pensar em problemas do mundo real, a apresentar projetos. Com isso, vão exercitando a capacidade de se adaptar ao mundo que vai mudando. A robótica se tornou uma estratégia de aprendizagem muito importante e eficaz para que o jovem goste mais de estudar, sinta maior prazer em estar na escola e desenvolva habilidades que serão fundamentais para ele no futuro”, detalha.
A competição
O Torneio de Robótica FIRST LEGO League foi criado em 1998 pela FIRST - organização não governamental dos Estados Unidos - em parceria com o Grupo LEGO. A competição propõe que estudantes sejam apresentados ao mundo da ciência e da tecnologia de forma divertida, por meio da construção e programação de robôs feitos inteiramente com peças da tecnologia LEGO Mindstorm.
Desde 2006, o SESI investe na inserção da robótica educacional nas salas de aula. Atualmente, todas as 505 escolas contam com o programa no currículo, já que a instituição é responsável, no Brasil, pela organização da competição (etapas regionais e nacional) desde 2013.




Camila Costa

Jornalista formada há 10 anos, foi repórter de política no Jornal Tribuna do Brasil, do Jornal Alô Brasília e do Jornal de Brasília. Por cinco anos esteve no Correio Braziliense, como repórter da editoria de Cidades. Foi repórter e coordenadora de redação na Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), vinculada à Presidência da República. Recebeu, por duas vezes, o Prêmio PaulOOctavio de Jornalismo e, em 2014, o Prêmio Imprensa Embratel/Claro 15° Edição. Hoje, Camila é repórter da redação da Agência do Rádio.

 

 

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