Projeto será apresentado no Torneio de Robótica FIRST LEGO League 2020, entre os dias 3 e 6 de março, em São Paulo
A
preocupação com o crescimento populacional e com os possíveis efeitos
do aquecimento global levou alunos do SESI de Rio Claro (SP) a criar uma
solução para a falta de vegetação em áreas urbanas. A ideia, batizada
de Sliced Garden (Jardim em Fatias, em português) será apresentada pelos
estudantes da equipe Thuderbóticos no Torneio de Robótica FIRST LEGO
League 2020. O evento será realizado entre os dias 3 e 6 de março, em
São Paulo.
Segundo Marcela Brito, de 15 anos, integrante da equipe
Thuderbóticos, foi preciso muita pesquisa para chegar a um projeto
inovador e acessível ao mesmo tempo e que ainda possibilitasse o aumento
das áreas verdes nos centros urbanos. “Acoplamos ao telhado módulos de
vegetação, com materiais de baixo custo e resistentes, para ser de fácil
acesso e que unisse preservação com aumento da vegetação”, explica a
jovem.
Entre o planejamento e a execução, foram cerca de quatro meses. Com
base triangular, para ter aerodinâmica, o módulo é feito com fibra de
coco e poliacrilato, um material que ajuda a reter a água e manter as
plantas irrigadas, mesmo em épocas de estiagem. A equipe contou com a
ajuda de um botânico e escolheu a lambari roxo para compor a vegetação,
uma folhagem ornamental ramificada, nativa do México. Para a estudante,
além de apresentar uma criação que pode impactar positivamente a vida
das pessoas, o trabalho em equipe é especial. “Poder trocar
experiências, contar sobre nossos conhecimentos, nossas descobertas e
fazer amizades que levamos para uma vida toda. É muito importante e
prazeroso chegar no torneio e poder contar um pouquinho para o pessoal
tudo que a gente desenvolveu na temporada”, afirma.
Ao lado de nove colegas de equipe, Marcela treina com a ajuda do
analista de Suporte em Informática do SESI Rio Claro, Leonardo Vinícius
Santolin. Para ele, o maior desafio foi sair do óbvio e propor uma
solução inovadora voltada para o mercado de módulos de vegetação. “E
qual a diferença dos telhados verdes? Esses são caros. Para as cidades
grandes, a questão financeira funciona, mas para as cidades do interior,
ficaria caro, por exemplo, no sistema de irrigação. Então, planejamos
algo mais barato para que, quem não tenha dinheiro, possa usar”,
justificou.
Santolin lembra que o projeto já evoluiu desde que foi concebido. “A
gente conseguiu obter redução de 2ºC na temperatura dos locais, dos
telhados, onde os jardins foram implementados. Isso faz com que a pessoa
use menos ar-condicionado e refrigerador”, completou. Para o supervisor
técnico educacional do SESI de São Paulo, Ivanei Nunes, o FIRST LEGO
League é um torneio que envolve o desenvolvimento do ser humano, do
pesquisador e do robô.
“Os alunos são desafiados a pensar em problemas do mundo real, a
apresentar projetos. Com isso, vão exercitando a capacidade de se
adaptar ao mundo que vai mudando. A robótica se tornou uma estratégia de
aprendizagem muito importante e eficaz para que o jovem goste mais de
estudar, sinta maior prazer em estar na escola e desenvolva habilidades
que serão fundamentais para ele no futuro”, detalha.
A competição
O Torneio de Robótica FIRST LEGO League foi criado em 1998 pela FIRST
- organização não governamental dos Estados Unidos - em parceria com o
Grupo LEGO. A competição propõe que estudantes sejam apresentados ao
mundo da ciência e da tecnologia de forma divertida, por meio da
construção e programação de robôs feitos inteiramente com peças da
tecnologia LEGO Mindstorm.
Desde 2006, o SESI investe na inserção da robótica educacional nas
salas de aula. Atualmente, todas as 505 escolas contam com o programa no
currículo, já que a instituição é responsável, no Brasil, pela
organização da competição (etapas regionais e nacional) desde 2013.
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