Homem de 89 anos era morador da capital mineira; suspeita é que presença de dietilenoglicol nas bebidas teria provocado uma síndrome nefroneural em 18 pessoas em Minas Gerais
Autoridades
de Minas Gerais confirmaram, nesta quinta-feira (16), mais uma morte
ligada ao consumo da cerveja Belorizontina, da empresa Backer. A vítima
foi um homem de 89 anos, morador de Belo Horizonte. Essa é a terceira
morte em menos de dez dias em decorrência de intoxicação pela substância
dietilenoglicol, presente em lotes da cerveja mineira.
O caso ganhou notoriedade no dia 6 de janeiro, quando circularam na
internet informações sobre uma doença desconhecida que afetava membros
de uma mesma família. Quando descobriu-se que a causa do problema
poderia ser a cerveja, a Backer classificou como mentirosas as
mensagens. A primeira morte por intoxicação foi registrada em sete de
janeiro, em Juiz de Fora.
A suspeita é que presença de dietilenoglicol nas bebidas teria
provocado uma síndrome nefroneural em 18 pessoas no estado de Minas
Gerais. Ela afeta os rins e pode prejudicar o sistema nervoso.
O dietilenoglicol é uma substância tóxica para consumo humano,
normalmente utilizada em processos de refrigeração da cerveja durante o
processo de fabricação. No entanto, a cervejaria Backer, dona do rótulo,
afirma que utiliza um composto diferente nesse processo.
A fábrica foi interditada no último dia 10 pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a realização de uma perícia
em todos os lotes da cerveja. A diretora executiva da cervejaria Backer
pediu publicamente para que ninguém consuma qualquer lote da
Belorizontina até que os fatos sejam esclarecidos. Um dos lotes
contaminados, o 1348, foi vendido, além de Minas Gerais, em São Paulo,
Espírito Santo e no Distrito Federal.
Em comunicado divulgado em seu site, a cervejaria diz que “mantém o
foco nos pacientes e em seus familiares e que prestará o suporte
necessário, mesmo antes de qualquer conclusão sobre o episódio”. A nota
diz também que a empresa colabora com as investigações e que aguarda os
resultados de uma perícia independente que contratou. A Backer afirma
ainda que não utiliza a substância dietilenoglicol em seu processo de
produção.
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