Levantamento mostra que transporte de qualidade pode interferir diretamente no acesso a oportunidades de emprego, saúde e educação
A
população negra e de baixa renda tem menos acesso a oportunidades de
trabalho, educação e saúde. É o que mostra um levantamento feito pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nessa
quinta-feira (16). O acesso a transporte também estava entre as
dificuldades dessa parcela da sociedade.
Os dados são resultado do Projeto Acesso a Oportunidades, feito em
parceria com o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento
(ITDP) nas 20 maiores cidades brasileiras.
Segundo a pesquisa, os meios de transporte afetam a população
diretamente no acesso a oportunidades de empregos, de serviços de saúde e
de educação, contribuindo para a desigualdade. Isso quer dizer que
pessoas brancas e ricas têm mais acesso às oportunidades que pessoas
negras e pobres.
O estudo revela, ainda, que a concentração de atividades nos centros
urbanos é maior, o que garante mais acesso a transportes nesses lugares.
As regiões periféricas, muitas vezes, ficam para trás nesse serviço.
Entre as cidades, São Paulo foi considerada a mais desigual em
relação a oportunidades. Ao analisar o acesso a emprego em até 30
minutos de caminhada, a metrópole teve o indicador da pesquisa maior que
nove. Isso significa que o número de empregos acessíveis aos 10% mais
ricos em São Paulo é nove vezes maior do que o número de empregos
acessíveis aos 40% mais pobres. Nesse quesito, a cidade do Rio de
Janeiro teve o menor índice.
A pesquisa completa está disponível no site do Ipea, que é o ipea.gov.br.
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