O
Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde notificou mais de 10 mil
casos prováveis de zika, no ano passado. A região Nordeste teve a maior
incidência: foram 9,3 casos por 100 mil habitantes. Em seguida, estão as
regiões Centro-Oeste, com 5,9 casos, e o Norte, com 4,4 casos por 100
mil habitantes.
Cláudio Maierovitch, médico sanitarista da Fiocruz de Brasília,
analisa que a grande epidemia do zika ocorreu entre 2014 e 2016. Até
então, não se sabia o que causava a doença, pois não havia sido
identificada nas Américas ou em qualquer outro país do Ocidente.
“Nós não temos um número exato, mas provavelmente, tivemos milhões de
casos, eu diria em média 10 milhões, concentrados, principalmente, na
região Nordeste. Provavelmente o vírus chegou lá primeiro, em um momento
em que havia condições ótimas para sua transmissão. Depois disso, boa
parte das pessoas expostas daquela região ficaram com imunidade,
portanto, deixou de ser suscetível e, com isso, a ocorrência diminuiu.
Houve transmissão em todos os estados brasileiros, mas em nenhum com a
mesma intensidade que aconteceu na região Nordeste. Hoje, temos em
praticamente todas as regiões alguma transmissão de zika, mas não se
aproxima daquela que aconteceu inicialmente”.
Ainda de acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde,
três óbitos por zika foram confirmados por critério laboratorial, no
estado da Paraíba. As idades foram de 2, 14 e 40 anos.
É preciso ficar muito atento aos primeiros sinais da doença, pois,
como analisa Maierovitch, mesmo que a zika seja causada pelo mesmo
mosquito transmissor da dengue a da chikungunya, seus sintomas costumam
ser menos percebidos.
“Em geral, a febre é mais baixa, mas pode não haver febre, e a doença
começa com manchas e coceiras no corpo e irritação dos olhos. Costuma
durar menos tempo. Pode ter dores no corpo e nas articulações, mas em
uma intensidade menor que a dengue e a chikungunya. A grande
preocupação, no caso da zika, é a infecção durante a gestação, porque
existe o risco de que ocorra má-formação no bebê que vai nascer”.
Assim como a dengue e a chikungunya, é importante que todos busquem
formas de eliminar os criadouros do mosquito Aedes aegypti. Por isso,
cuidado com água armazenada que pode se tornar criadouro, como vasos de
plantas, pneus, garrafas e piscinas sem uso e manutenção.
Você combateu o mosquito hoje? A mudança começa dentro de casa.
Proteja a sua família. Para mais informações, acesse
saude.gov.br/combateaedes.
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