Há uma década, circulam no Brasil quatro tipos de vírus da dengue. A cada epidemia, um desses sorotipos predominam nas regiões brasileiras.
O
Brasil está em estado de combate ao Aedes aegypti. Além de eliminar os
criadouros, as pessoas precisam se informar e entender sobre as doenças
transmitidas pelo mosquito. Há uma década, circulam no Brasil quatro
tipos de vírus da dengue. A cada epidemia, um desses sorotipos
predominam nas regiões brasileiras. Por essa razão, mesmo com surtos
recentes de dengue, quando um vírus é reintroduzido no país, uma grande
parcela da população fica suscetível.
Médico sanitarista da Fiocruz, Claudio Maierovitch explica que,
cientificamente, chama-se o vírus de sorotipo porque o que diferencia um
do outro é o tipo de anticorpo produzido pelo organismo humano quando
infectado.
“Qual que é a questão de serem quatro sorotipos: é que a reação é
específica para cada um deles. As pessoas podem ter a infecção por um
tipo de vírus mesmo já tendo sido contaminado por um dos outros. Então,
uma mesma pessoa pode ter dengue até quatro vezes, uma por cada
sorotipo”.
O especialista destaca que os sorotipos são os mesmos desde que foram
estudados há muitos anos. Não há uma mutação no comportamento do vírus.
O que acontece é que nem sempre os sorotipos estão circulando
simultaneamente. Geralmente, temos um ou dois ao mesmo tempo e um deles
costuma predominar.
"Neste ano, nós tivemos uma predominância do chamado sorotipo 2. Ele
ficou cerca de 8 anos sem causar infecção com números significativos, e
até por isso, como ficou longe do Brasil por alguns anos, acumularam
muitas pessoas sem imunidade para esse vírus”.
É exatamente o sorotipo 2 que preocupa as autoridades. Sem se
concentrar em um único estado, esse vírus específico se expandiu por
conta das condições climáticas favoráveis para a proliferação do
mosquito Aedes aegypti, como o forte calor e as chuvas. Em regiões como
Sudeste e Centro-Oeste, o sorotipo 2 foi um dos vírus da dengue mais
notificados.
Apesar da infecção por um sorotipo gerar imunidade permanente para
esse vírus, o problema em contrair tantas vezes a doença está nas
hemorragias que o paciente pode desenvolver. Um exemplo de quem foi pego
de surpresa duas vezes pela dengue é o radialista Geraldo Gomes, de 52
anos.
Morador de Presidente Prudente, município de São Paulo, o radialista
contraiu a doença pela primeira vez em 2015. Mesmo passando por todos os
sintomas e cuidando semanalmente da casa, dois anos depois, foi
diagnosticado com a dengue tipo 2.
“Sentia o corpo ruim, dores musculares intensas, principalmente nas
articulações, dores nos fundos dos olhos e um desânimo muito grande,
aquela falta de coragem para me movimentar e fazer as coisas
corriqueiras. Na segunda vez, a cidade passava por uma epidemia e
comecei a sentir novamente os sintomas da doença. Sinto as consequências
até hoje, eu sinto um calor forte no corpo”.
De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde,
até outubro deste ano, foram notificados mais 1,5 milhão de casos
prováveis de dengue em todo o país. Em 2019, 754 óbitos foram
confirmados. A maior incidência de casos da doença ocorreu nas regiões
Centro-Oeste – com mais de 1,3 mil casos por 100 mil habitantes, Sudeste
– com 1,1 mil casos e o Nordeste com 372 casos por 100 mil habitantes.
Você já combateu o mosquito hoje? A mudança começa dentro de casa.
Proteja a sua família. Para mais informações, acesse
saude.gov.br/combateaedes. Ministério da Saúde. Governo Federal. Pátria
Amada, Brasil.
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