Projeto de jovens com idades entre 12 e 14 anos otimiza coleta e tempo gasto por garis na separação de resíduos sólidos
Preocupados
em tornar as cidades mais limpas e sustentáveis, 10 alunos do SESI de
Petrópolis (RJ) criaram um sistema ‘inteligente’ de coleta de lixo. O
projeto da equipe “Dark Kaiser”, ainda sem um nome definido, pretende
transformar o trabalho desgastante de garis em separação automatizada de
materiais. A inovação será apresentada durante o Torneio SESI de
Robótica da FIRST Lego League (FLL), que ocorrerá em março, em São
Paulo.
Mentor do grupo, o aluno Nathan Mendonça, de 13 anos, explica que a
intenção é facilitar a coleta seletiva e deixar a cidade mais
“agradável”. “Os garis já pegariam o lixo separado por uma máquina, que
já vai identificar o tipo de resíduo. A gente pensou nisso também para
amenizar o odor que o lixo causa e nas substâncias que podem ajudar na
propagação de doenças. Então, a coleta inteligente vai ajudar a reduzir o
número de doenças”, espera o jovem.
A coleta e reciclagem dos resíduos ainda é um problema a ser
enfrentado na maioria das cidades brasileiras. Na última virada de ano
realizada na capital fluminense, foram recolhidas mais de 350 toneladas
de lixo, segundo a Companhia de Limpeza Urbana do Rio. No país, apenas
1% do lixo plástico, por exemplo, é reciclado. Isso quer dizer que dos
11 milhões de toneladas produzidas ao ano, os brasileiros reutilizam
apenas 145 mil. Os dados são da ONG internacional WWF.
Além de Nathan, Ana Clara de Castro (14), Guilherme Gonçalves (13),
Gustavo Soares (13), Helena Machado (13), João Pedro Abreu (14), Luíza
Machado (13), Rafany Gehren (13), Vitor Amorim (14) e Bernardo Remoto
(12) desenvolveram o projeto que tenta mudar esse cenário. Tudo sob
coordenação do técnico Robson Luiz Thomé, que lembra da importância de
se colocar em prática o que é aprendido em sala de aula. “A ideia é que a
gente tire caminhões de lixo da cidade e possa aumentar o nível de
reciclagem, por meio de túneis e de uma pré-seleção dos materiais.
Associar a robótica com o aprendizado escolar é sempre um ganho enorme
no aprendizado do aluno”, reforça Thomé.
A participação na FLL, na visão de Nathan, segue essa metodologia e é
uma forma de provar que a nova geração pode, de fato, mudar o mundo. “É
muito significativo participar dessas competições porque acaba
influenciando a gente a usar a robótica não só com o objetivo de ganhar,
mas de encontrar soluções para o dia a dia. A gente pode ajudar muitas
pessoas”, avalia.
Soluções para cidades
O Torneio de Robótica FIRST LEGO League reúne 100 equipes formadas por
estudantes de 9 a 16 anos e promove disciplinas, como ciências,
engenharia e matemática, em sala de aula. De 31 de janeiro a 16 de
fevereiro, haverá as disputas regionais. Os melhores times garantem vaga
na etapa nacional, que ocorre entre 3 e 6 de março, em São Paulo.
O objetivo é contribuir, de forma lúdica, para o desenvolvimento de
competências e habilidades comportamentais exigidas dos jovens. Todo
ano, a FLL traz uma temática diferente. Em 2020, os competidores terão
que apresentar soluções inovadoras para melhorar, por exemplo, o
aproveitamento energético nas cidades e a acessibilidade de casas e
prédios.
Segundo o professor de Robótica do SESI-RJ Luiz Henrique Bento, os
ganhos educacionais para os alunos são “imensuráveis”. “Ao ofertar aos
nossos alunos uma educação completamente inovadora e de qualidade, com
avanço tecnológico, a gente rasga a cortina daquele método de educação
antigo e realmente protagoniza o aluno como elemento fundamental no
processo de aprendizagem”, justifica.
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