Material feito de fibra de eucalipto tem cerca de 14 metros quadrados com dois metros de altura e pode alojar uma família, com cama e guarda-roupas
Sete
alunos do SESI de Rio Negro criaram divisórias feitas de material
sustentável para auxiliar e dar mais conforto a famílias que ficam
desabrigadas por conta das chuvas no município. O “MAVE”, Melhoramento
dos Alojamentos das Vítimas de Enchentes, será apresentado junto com
outros projetos durante a etapa nacional do Torneio SESI de Robótica da
FIRST Lego League (FLL), que ocorrerá no início de março, em São Paulo.
“Percebemos um problema muito grave que ocorre na nossa cidade quase
todo ano, a enchente. Vimos também que as pessoas sofrem muito, tanto
psicologicamente quanto na perda de seus bens materiais”, contextualiza a
aluna Kassia Cardoso, de 16 anos.
Pensando em amenizar essa situação, a equipe de robótica “The Gears”
desenvolveu uma divisória naval de fibra de eucalipto, de fácil
instalação e manutenção, e chuveiros pré-moldados e sustentáveis que não
agridem o meio ambiente. “As divisórias levariam cerca de uma hora e
meia para serem montadas”, adianta ela, ao lembrar que esse material
substitui, por exemplo, paredes de concreto.
Cada divisória tem, em média, 14 metros quadrados com dois metros de
altura e pode abrigar uma família de quatro pessoas. Em uma simulação na
quadra da escola, Kassia e os colegas Camily Fernandes (16), Carolyne
Fernandes (16), Enzo Coelho (15), Marco Antonio Lima (15), Nathan da
Fontoura (15) e Gabriel da Silva (15) constataram que dentro de cada
espaço como esse cabe uma cama e um guarda-roupas, por exemplo. “São
coisas que as pessoas resgatam a tempo quando a enchente está vindo”,
lembra Kassia.
O objetivo do projeto, segundo o técnico da equipe, Júlio Martins, é
dar mais segurança e conforto às famílias que sofrem com esses
desastres. “Eles se comoveram bastante. Pensaram nisso para dar a essas
pessoas condições de higiene, um ambiente aconchegante e que, pelo
menos, que dê privacidade”, revela.
Ajuda rápida
Há alguns anos, Kassia recorda que cerca de 75 famílias foram abrigadas no ginásio do município por conta de enchentes. Caso as divisórias já estivessem à disposição, a jovem conta que a ajuda a essas pessoas poderia ser rápida, já que no espaço, segundo ela, caberiam 75 divisórias.
Há alguns anos, Kassia recorda que cerca de 75 famílias foram abrigadas no ginásio do município por conta de enchentes. Caso as divisórias já estivessem à disposição, a jovem conta que a ajuda a essas pessoas poderia ser rápida, já que no espaço, segundo ela, caberiam 75 divisórias.
“Levaríamos cerca de cinco horas para montar tudo, com 20 pessoas
ajudando. A gente contaria com trabalho voluntário e com pessoas que
cuidariam das crianças, de forma que elas não sofram tanto com o
impacto que a enchente pode causar na vida das pessoas”, ressalta.
Segundo o professor Júlio Martins, a ideia da equipe é inédita no
Brasil. A proposta foi analisada e aprovada pela Defesa Civil de Rio
Negro e será apresentada à prefeitura, que também já demonstrou
interesse. “A equipe não faz isso apenas para conquistar prêmio ou
visibilidade. Eles se dedicam pelo simples fato de estarem fazendo a
diferença”, diz orgulhoso.
A competição
O Torneio de Robótica FIRST LEGO League reúne 100 equipes formadas por
estudantes de 9 a 16 anos e promove disciplinas, como ciências,
engenharia e matemática, em sala de aula. O objetivo é contribuir, de
forma lúdica, para o desenvolvimento de competências e habilidades
comportamentais exigidas dos jovens.
O diretor de Operações do Departamento Nacional do SESI, Paulo Mol,
ressalta que a elaboração dos projetos estimula a autonomia e o trabalho
em equipe e contribui para a formação profissional dos alunos. “A
questão do empreendedorismo é a base de todo o processo. Nesse torneio,
uma das avaliações que é extremamente importante é a capacidade de
empreender, de buscar coisas novas, de fazer com que o produto seja
desenvolvido”, atesta.
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