Após
ataques virtuais, a Fiocruz divulgou nota em defesa dos mais de 70
pesquisadores à frente de um estudo que investiga a eficácia de altas
doses de cloroquina em pacientes graves com o novo coronavírus. Segundo a
instituição; “estudos como esse são parte do esforço da ciência na
busca por medicamentos que possam contribuir para superar as incertezas
da pandemia da Covid-19”.
A entidade considera inaceitáveis os ataques que alguns de seus
pesquisadores vêm sofrendo nas redes sociais, após a divulgação de
resultados preliminares com o uso do remédio.
Vinculada ao Ministério da Saúde, a Fiocruz, abreviação de Fundação
Oswaldo Cruz, foi fundada em 1900. Em entrevista concedida no final de
março, a presidente da entidade, Nísia Trindade Lima, afirma que a
fundação sempre atuou em defesa da saúde pública do Brasil.
“Nós temos uma história de trabalho em emergências sanitárias, uma
história em infectologia, uma história de 120 anos lidando com
emergências sanitárias e combinando vigilância, pesquisa e atenção
básica e especializada”.
O estudo alvo que motivou ataques aos pesquisadores continua em
andamento e é destaque até mesmo no jornal americano The New York Times.
Os resultados iniciais da pesquisa mostraram que pacientes graves com a
Covid-19 não devem usar altas doses de cloroquina. A análise foi feita
em 81 pacientes internados no Hospital Delphina Azis, em Manaus, com
Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e suspeita do coronavírus.
Além de pesquisadores da Fiocruz, o estudo também é feito por
cientistas da Fundação de Medicina Tropical, Dr. Heitor Vieira Dourado,
da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e da Universidade de São
Paulo (USP).
A presidente da Fiocruz diz que a trajetória e o reconhecimento da
entidade é o que permite que pesquisadores busquem respostas à sociedade
sobre a melhor saída da pandemia.
“Essa história é que nos permite, hoje, estar comprometidos com o que
somos, como o Sistema Único de Saúde (SUS). E inteiramente voltados
para minorar ao máximo os efeitos dessa pandemia”.
A Fiocruz afirma que a pesquisa continua em andamento e segue os
principais protocolos científicos internacionais. Segundo a Fundação
Oswaldo Cruz, todos os participantes do estudo foram comunicados sobre o
seu objetivo e assinaram um termo de consentimento.
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