quinta-feira, 23 de abril de 2020

MT: SENAI Várzea Grande recupera 87 respiradores com recursos disponibilizados pelo TCE

Tribunal repassou R$ 500 mil para compra de peças e materiais para manutenção, como filtros de ar e baterias; aparelhos são essenciais para tratar pacientes com sintomas graves de covid-19 

Foto: TCE-MT 
 
A força-tarefa capitaneada pelo SENAI para a manutenção de respiradores mecânicos ganhou mais um aliado: o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT). O órgão disponibilizou 500 mil reais para compra de peças e outros materiais necessários para o conserto de 87 desses equipamentos - número de respiradores danificados em Cuiabá e Várzea Grande, segundo levantamento do TCE. 
O termo de compromisso firmado, segundo o presidente do TCE-MT, Guilherme Maluf, foi uma alternativa encontrada para repor aparelhos hospitalares que estão em falta no mercado e que são necessários para tratar pacientes com sintomas graves de covid-19.  
“O tribunal está entrando com recursos e a Federação das Indústrias de Mato Grosso (FIEMT) também vai procurar outros parceiros para nos ajudar na manutenção de todos os respiradores que possam ser consertados”, ressaltou Maluf.
Os 87 respiradores que tiveram a manutenção custeada pelo tribunal são restaurados no SENAI Várzea Grande. Segundo o gerente da unidade, Helton Luiz Reis, os problemas mais comuns são defeitos nas baterias internas e danos causados pela falta de reparos periódicos, que deveriam ocorrer a cada oito meses. 
“Todos os equipamentos são praticamente novos e está evidente a falta da manutenção preventiva. Os equipamentos são muito novos para apresentarem esse tipo de problema. Entendemos que a manutenção desse tipo de equipamento é cara, mas se justifica porque é um item que lida com a vida da pessoa”, lembra.
O presidente da Federação das Indústrias do Mato Grosso, Gustavo de Oliveira, esclarece que os recursos devem ser empregados exclusivamente na manutenção e reparo dos equipamentos, mediante prestação de contas ao TCE. Uma das destinações dos recursos, aponta Oliveira, é a compra de itens, como filtros de ar e baterias. 
“O aporte de recursos vai permitir que nós possamos comprar peças com mais agilidade e colocar esses respiradores em melhores condições mais rapidamente para enfrentar a pandemia. A expertise do SENAI e o espírito do Tribunal de Contas de preservar o recurso público em prol da população se encontram nesse termo de cooperação”, pontua
ele.Nas contas de Gustavo de Oliveira, a manutenção dos respiradores teria um custo médio de R$ 15 mil aos cofres públicos, se realizada em estabelecimentos privados convencionais. Com mão de obra e suporte técnico do SENAI, somados a recursos financeiros de instituições como o TCE, o governo estadual pode economizar mais de R$ 1 milhão na manutenção de 100 respiradores.


+ Manutenção de respiradores

Em nível nacional, o SENAI lidera uma iniciativa, em parceria com montadoras e indústrias, de coleta e recuperação de respiradores. Em 35 pontos espalhados por 19 estados, o + Manutenção de Respiradores já recolheu, até 19 de abril, 1.436 equipamentos. Desse total, 694 passam por reparos, 191 estão em fase de calibração, enquanto outros 210 já foram devolvidos em funcionamento para unidades de saúde, segundo dados da instituição.
Todo processo de manutenção e reposição de peças é gratuito. A ação também conta com o apoio do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) da Universidade de São Paulo (USP), do Ministério da Saúde, do Ministério da Economia, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Associação Brasileira de Engenharia Clínica (ABEClin). Mais informações podem ser acessadas no site portaldaindustria.com.br/senai.
 

Daniel Marques

 

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