Tribunal repassou R$ 500 mil para compra de peças e materiais para manutenção, como filtros de ar e baterias; aparelhos são essenciais para tratar pacientes com sintomas graves de covid-19
A
força-tarefa capitaneada pelo SENAI para a manutenção de respiradores
mecânicos ganhou mais um aliado: o Tribunal de Contas do Estado
(TCE-MT). O órgão disponibilizou 500 mil reais para compra de peças e
outros materiais necessários para o conserto de 87 desses equipamentos -
número de respiradores danificados em Cuiabá e Várzea Grande, segundo
levantamento do TCE.
O termo de compromisso firmado, segundo o
presidente do TCE-MT, Guilherme Maluf, foi uma alternativa encontrada
para repor aparelhos hospitalares que estão em falta no mercado e que
são necessários para tratar pacientes com sintomas graves de covid-19.
“O tribunal está entrando com recursos e
a Federação das Indústrias de Mato Grosso (FIEMT) também vai procurar
outros parceiros para nos ajudar na manutenção de todos os respiradores
que possam ser consertados”, ressaltou Maluf.
Os 87 respiradores que tiveram a
manutenção custeada pelo tribunal são restaurados no SENAI Várzea
Grande. Segundo o gerente da unidade, Helton Luiz Reis, os problemas
mais comuns são defeitos nas baterias internas e danos causados pela
falta de reparos periódicos, que deveriam ocorrer a cada oito meses.
“Todos os equipamentos são praticamente
novos e está evidente a falta da manutenção preventiva. Os equipamentos
são muito novos para apresentarem esse tipo de problema. Entendemos que a
manutenção desse tipo de equipamento é cara, mas se justifica porque é
um item que lida com a vida da pessoa”, lembra.
O presidente da Federação das Indústrias
do Mato Grosso, Gustavo de Oliveira, esclarece que os recursos devem
ser empregados exclusivamente na manutenção e reparo dos equipamentos,
mediante prestação de contas ao TCE. Uma das destinações dos recursos,
aponta Oliveira, é a compra de itens, como filtros de ar e baterias.
“O aporte de recursos vai permitir que
nós possamos comprar peças com mais agilidade e colocar esses
respiradores em melhores condições mais rapidamente para enfrentar a
pandemia. A expertise do SENAI e o espírito do Tribunal de Contas de
preservar o recurso público em prol da população se encontram nesse
termo de cooperação”, pontua
ele.Nas contas de Gustavo de Oliveira, a
manutenção dos respiradores teria um custo médio de R$ 15 mil aos
cofres públicos, se realizada em estabelecimentos privados
convencionais. Com mão de obra e suporte técnico do SENAI, somados a
recursos financeiros de instituições como o TCE, o governo estadual pode
economizar mais de R$ 1 milhão na manutenção de 100 respiradores.
+ Manutenção de respiradores
Em nível nacional, o SENAI lidera uma
iniciativa, em parceria com montadoras e indústrias, de coleta e
recuperação de respiradores. Em 35 pontos espalhados por 19 estados, o +
Manutenção de Respiradores já recolheu, até 19 de abril, 1.436
equipamentos. Desse total, 694 passam por reparos, 191 estão em fase de
calibração, enquanto outros 210 já foram devolvidos em funcionamento
para unidades de saúde, segundo dados da instituição.
Todo processo de manutenção e reposição
de peças é gratuito. A ação também conta com o apoio do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas (IPT) da Universidade de São Paulo (USP), do
Ministério da Saúde, do Ministério da Economia, da Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Associação Brasileira de
Engenharia Clínica (ABEClin). Mais informações podem ser acessadas no
site portaldaindustria.com.br/senai.
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