Produção e doação de equipamentos, reparo de respiradores e parceria com sindicatos têm tentado diminuir crise enfrentada na saúde pública
Em
continuidade no combate à pandemia de covid-19, o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI) multiplica esforços pelo país. Neste
mês, a instituição, em parceria com empresas multinacionais e órgãos do
governo federal, já consertou e devolveu ao sistema de saúde 100
respiradores mecânicos que estavam fora de operação. Nos próximos dias,
mais 90 desses aparelhos devem estar à disposição do Ministério da Saúde
para tratar pacientes com sintomas graves. Outros 409 já foram
recolhidos e estão em fase de manutenção.
Somado a isso, apenas na segunda quinzena de março, o SENAI fabricou
mais de 20 mil máscaras cirúrgicas, 15 mil protetores faciais, cinco mil
aventais hospitalares e três mil litros de álcool. Os insumos
produzidos contaram com o apoio dos 27 institutos de inovação e 60
institutos de tecnologia da instituição no país, em conjunto com 35
empresas.
O diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi, aponta que todos os itens
produzidos seguem as recomendações da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) e foram doados para Secretarias de Saúde de 16
estados. Reforça ainda que a distribuição dos materiais para unidades de
saúde dos municípios fica a cargo dos gestores locais.
“A indústria exerce papel importante na produção de meios de combate à
doença, sobretudo na área de equipes médicas. Estamos focando em ações
que vão ao encontro das necessidades da sociedade, do país e da
indústria brasileira”, ressalta Lucchesi.
A corrente de solidariedade não para de crescer e se espalha por
todos os cantos do país. No Amazonas, por exemplo, a Federação das
Indústrias (FIEAM), em parceria com os sindicatos das Indústrias
Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus (Simmem) e de
Bebidas em Geral do Amazonas, doou à Secretaria de Administração
Penitenciária 20 máquinas de costura para a produção de itens de
proteção ao coronavírus.
Os equipamentos serão utilizados por internos do sistema prisional de
Manaus para confeccionar máscaras, aventais e jalecos, itens essenciais
para profissionais de saúde e de segurança pública neste momento. O
vice-presidente da FIEAM e presidente da Simmem, Nelson Azevedo,
ressalta que a ação solidária é uma forma de prestar assistência a
trabalhadores que têm se dedicado a salvar e preservar vidas.
“Além de nós estarmos contribuindo, doando equipamentos para a
confecção de equipamentos de proteção individual, como máscaras e outras
coisas que podem ser feitas com a máquina de costura, também ajudamos
na parte social, fazendo uma reintegração dos presidiários na
sociedade”, defende Azevedo.
Em Mato Grosso, empresas que fazem parte do Sindicato das Indústrias
Sucroalcooleiras (Sindalcool) produzem álcool 70% para distribuir às
autoridades locais de saúde. 200 mil litros do insumo devem ser doados e
servirão para a limpeza de superfícies e aparelhos hospitalares e
higienização de pacientes, por exemplo.
O presidente do Sindalcool e vice-presidente da Federação das
Indústrias de Mato Grosso (FIEMT), Silvio Rangel, afirma que o setor se
prontificou de imediato a realizar a ação solidária e que empresas de
outros setores também se mobilizado para atender a demanda pelo
produto.
“Um ponto interesse que aconteceu foi que várias outras empresas,
vendo essa solidariedade, também ficaram sensíveis e começaram a
participar desse movimento, com doação de embalagens para a distribuição
do álcool 70%, outras se disponibilizaram para o transporte. Foi
realmente uma boa ação que foi desenvolvendo outras ações”, comemora
Rangel.
No sul do país, não é diferente. A rede de Inovação e Tecnologia do
SENAI-RS produziu álcool etílico glicerinado 80%, utilizado por
profissionais da saúde como antisséptico para as mãos. Já foram doados
frascos ao Hospital Tacchini, de Bento Gonçalves, à Secretaria Regional
do Trabalho de Porto Alegre e ao Sindicato da Indústria da Construção
Civil (Sinduscon) de Caxias do Sul. Os insumos foram doados por
indústrias locais.
O presidente do Sinduscon de Caxias do Sul, Rodrigo Postiglione,
pontua que essa ação voluntária ajuda a prevenir a covid-19 na cidade,
especialmente entre trabalhadores do setor que não podem ficar em casa.
“A gente conseguiu uma bela parceria. O SENAI não cobrou, custo zero a
mão de obra do SENAI. Nós fornecemos os insumos e eles processaram e
nos entregaram o produto final, pronto para uso. Essa é uma parceria de
sucesso, onde cada um dá um pouco e vamos nos ajudando”, agradece
Postiglione.
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