Teich alerta que a incorporação de leitos do serviço privado pode ter implicações que vão além da pandemia
Com
o aumento da ocupação de leitos nas Unidades de Terapia Intensiva
(UTIs) de alguns estados, o ministro da Saúde, Nelson Teich, foi
questionado sobre a possibilidade da criação de uma Fila Única
de leitos, englobando as vagas das unidades do Sistema Único de Saúde
(SUS) e as da rede privada para atender pacientes mais graves da
Covid-19. O chefe da pasta pediu cautela ao analisar o assunto e disse
que a medida, que foi tomada na Espanha e na Irlanda, é uma discussão
que transcende a pandemia.
Segundo Teich, o que se discute hoje como a possibilidade de fila
única é, na verdade, uma discussão sobre a incorporação de leitos da
rede privada de saúde ao SUS, o que pode ser feito mediante negociação.
Uma delas deve ocorrer em breve com a Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), autarquia vinculada ao Ministério da Saúde que regula
o mercado de planos privados de saúde.
“O que eu vejo hoje não é uma discussão de fila, é uma discussão de
incorporar os leitos do serviço privado, que é completamente diferente. É
uma discussão de incorporação e temos que estudar com muito mais
cuidado. Porque isso tem implicações que vão além desse momento. A gente
pode sentar e negociar contratação de leito. Vamos ter reunião com a
ANS, vamos conversar”, avisou Teich.
Segundo o ministro, essa é uma questão muito ampla e que demanda uma
discussão mais elaborada, assim, qualquer decisão precoce poderia ser
irresponsável, já que as várias partes envolvidas, entre elas o setor
público e o setor privado de saúde, precisariam ser escutados quando se
trata de incorporação de hospitais.
Nelson Teich acredita que a melhor saída para combater a pandemia,
hoje, é fazer tudo o que for necessário para que o Sistema Único de
Saúde consiga dar conta da demanda. Caso a situação se complique no
futuro, aí sim, o setor privado será chamado para um trabalho
cooperativo.
“Na minha opinião, temos que ser eficientes o bastante para fazer com
que o sistema público, com que o SUS seja capaz de enfrentar e, caso
chegue em um limite você vai sentar com a iniciativa privada, com a
saúde suplementar, conversar e descobrir uma forma de trazer a saúde
suplementar para fazer parte da solução do SUS com uma cooperação, e não
como uma tomada”, ressaltou.
O ministro citou ainda hospitais particulares que tomaram a
iniciativa de ceder seus leitos para ajudar no combate ao novo
coronavírus. Para ele, a melhor forma de lutar contra a Covid-19 é
estabelecer trabalho em conjunto e manter conversas claras, honestas,
transparentes e técnicas.
Para mais informações sobre a Covid-19, acesse coronavirus.saude.gov.br.
Nenhum comentário:
Postar um comentário