Segundo presidente regional da FIEPE, segmento enfrenta dificuldades no estado por conta do fechamento do comércio e de feiras populares
As
consequências econômicas geradas pela pandemia de covid-19 têm afetado
os pernambucanos que dependem do próprio negócio para sobreviver. Prova
disso é a queda drástica no Índice de Confiança do Empresário da
Indústria (ICEI) no estado, que foi de 58,9 pontos, em março, para 36,7
pontos, em abril. O índice varia de 0 a 100 e é medido pela Federação
das Indústrias de Pernambuco (FIEPE).
O número – terceiro pior da séria histórica - preocupa o presidente
regional da FIEPE, Anderson Porto. Em sua avaliação, a interrupção do
fluxo financeiro do comércio, principalmente de micro e pequenas
empresas, é o principal fator para o resultado negativo. É o que ocorre,
segundo ele, com as companhias do setor de confecções.
“Essas empresas têm mais dificuldades de se autofinanciar. Isso gera
dificuldades como, por exemplo, cumprir com a folha de pagamento.
Soma-se a essa dificuldade a dependência do modelo comercial adotado,
ligado às feiras semanais. Essas feiras demandam grandes fluxos de
pessoas, que vêm de outros estados, o que, neste momento, está
totalmente inviabilizado”, analisa.
Porto revela que a solução encontrada por essas empresas foi
direcionar a linha de fabricação para atender a demanda por equipamentos
de proteção individuais (EPIs), como máscaras faciais e aventais. “É
uma forma de se retomar a produção e o fluxo financeiro”, aponta.
Quem seguiu por esse caminho foi o empresário Marcílio Sales, dono de
uma fábrica de peças íntimas em Caruaru. Integrante do Polo de
Confecção do Agreste, sua empresa ajustou equipamentos e hoje opera com
capacidade de produção que chega a 15 mil máscaras por dia. Em um mês,
mais de 200 mil unidades foram feitas.
“Tivemos que parar com as nossas atividades por conta do
distanciamento social e do fechamento do comércio. No início de abril,
começamos a produzir máscaras descartáveis, produzidas em TNT. O mercado
tem uma necessidade muito grande dessas máscaras e nós precisamos
trabalhar. Então, com o trabalho de alguns funcionários, estamos
fabricando essas máscaras”, explica Sales.
“As máscaras deixaram de ser uma questão de apenas manter o
funcionamento da empresa. Realmente, hoje, temos um lucro com isso.
Agora estamos começando a produzir a de tecido, que é lavável. Nós temos
outras sete empresas terceirizadas que estão nos ajudando na produção
desse material. Isso está gerando emprego para mais 20 ou 30 pessoas”,
celebra o empresário.
Doação de máscaras
Para garantir que os profissionais de saúde estejam protegidos
enquanto trabalham na luta contra o coronavírus, a FIEPE doou, no fim de
abril, 6,5 mil protetores faciais do tipo face shield a hospitais
públicos e privados sem fins lucrativos do Recife.
As máscaras, consideradas essenciais para médicos e enfermeiros que
atendem pacientes com covid-19, foram produzidas pelo SENAI, com a
participação de empresas e a utilização de recursos arrecadados por meio
da campanha “Pelos Heróis da Saúde”. A primeira remessa foi destinada
ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP)
(2,5 mil), Hospital Agamenon Magalhães (2,5 mil), Hospital de Câncer de
Pernambuco (1 mil) e Hospital da Restauração (500).
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