Verba liberada pelo Ministério do Desenvolvimento Regional será essencial para conclusão do primeiro trecho do Cinturão das Águas do Ceará (CAC)
O
ministério do Desenvolvimento Regional liberou mais R$ 41 milhões para
as obras do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), projeto que está em
andamento desde 2013 e tem como objetivo levar as águas do Rio São
Francisco para diversas bacias hidrográficas do estado, um dos que mais
sofrem no país com a falta de água.
O recurso liberado é destinado à conclusão do primeiro trecho do
Cinturão, com previsão de entrega no segundo semestre deste ano, o que
já vai proporcionar o crescimento da oferta hídrica e ajudar na economia
do interior de algumas regiões.
No projeto inicial, o cinturão teria mais de mil quilômetros para levar água a praticamente todas as cabeceiras das bacias hidrográficas do Ceará, alimentando quase todos os grandes açudes do estado. Agora, ele terá um trecho principal que será entregue em 2022 e alimentará uma rede que se espalhará pelo Ceará, chamada de Malha D’Água, infraestrutura que promete fazer a interligação de 34 bacias em todas as regiões, já alimentadas com as águas do São Francisco.
No projeto inicial, o cinturão teria mais de mil quilômetros para levar água a praticamente todas as cabeceiras das bacias hidrográficas do Ceará, alimentando quase todos os grandes açudes do estado. Agora, ele terá um trecho principal que será entregue em 2022 e alimentará uma rede que se espalhará pelo Ceará, chamada de Malha D’Água, infraestrutura que promete fazer a interligação de 34 bacias em todas as regiões, já alimentadas com as águas do São Francisco.
Segundo Yuri Castro, superintendente da Sohidra, vinculada à
Secretaria de Recursos Hídricos do Ceará, a adução das águas do Rio São
Francisco será direcionada a uma barragem no município de Jati para,
então, cair no cinturão e resolver um dos maiores problemas da região.
“O estado do Ceará é deficiente em água. Cerca de 85% do nosso
território é semiárido, que tem deficiência natural hídrica. Então, a
vasão do São Francisco, essa água, vai dar uma garantia ao abastecimento
humano de praticamente 70% da população do estado.”
O primeiro trecho de obras do cinturão tem aproximadamente 145
quilômetros de extensão e está orçado em R$ 2,08 bilhões. A obra deve
levar a água até a Bacia do Rio Jaguaribe, integrada à região
metropolitana de Fortaleza, e, posteriormente, ao Açude Castanhão.
Lotes
O primeiro trecho do cinturão já recebeu repasses de R$ 1,1 bilhão e foi
dividido em cinco lotes. O repasse de R$ 41 milhões vai ajudar a
finalizar os dois primeiros, que têm as obras 95% concluídas, e dar
continuidade aos lotes 3 e 4. A conclusão dos dois primeiros, referentes
a 53 quilômetros de extensão, o que deve ocorrer ainda este ano, já vai
permitir aduzir a água do São Francisco ao Riacho Seco, que está
interligado ao Jaguaribe por meio de mais dois afluentes.
Além da água para as regiões, o ministro do Desenvolvimento Regional,
Rogério Marinho, destacou a importância das obras para a economia neste
tempo de pandemia.
“O Cinturão das Águas do Ceará é um empreendimento vital à segurança
hídrica para a população de Fortaleza e de cidades próximas. Além disso,
estamos fomentando a manutenção de empregos e contribuindo com a
economia local, sobretudo nesse momento de pandemia causada pela
Covid-19. É o compromisso do Governo Federal com o povo do Nordeste”,
destaca o ministro.
Yuri Castro conta que a obra já teve mais de 1200 empregados
diretamente quando os cinco lotes do primeiro trecho estavam em obra,
mas a continuidade do projeto deve oferecer, pelo menos, metade desse
número em vagas.
“Esperamos poder empregar 650 a 700 profissionais na região, ainda este ano. Como é um local carente de obras, é um bom número de empregos”, lembra o superintendente.
“Esperamos poder empregar 650 a 700 profissionais na região, ainda este ano. Como é um local carente de obras, é um bom número de empregos”, lembra o superintendente.
Diversas finalidades
Fernando Lopes, doutor em engenharia agrícola e professor da
Universidade Federal do Ceará, é filho de agricultores no interior do
Ceará e cresceu observando as dificuldades da falta de água. Para ele,
as obras do Cinturão de Águas do Ceará e da Malha D’Água não vão
resolver todos os problemas, mas vão ajudar a sanar dificuldades de
vários setores como o industrial, o agropecuário e o de uso doméstico.
“Essa oferta de água que vamos ter é importante porque na medida em
que a gente tem mais água destinada para o uso doméstico, uma maior
quantidade vai ficar disponível para os demais usos, tanto para consumo
animal como também para a indústria e produção de alimento, que é uma
questão extremamente importante”, destacou o professor.
Segundo Fernando, a ideia dos dois projetos é alcançar as 12 regiões
hidrográficas do estado. O cinturão rodearia o Ceará, por isso o nome,
com um canal de mais de mil quilômetros, mas estudos de viabilidade
recente mudaram os planos e observaram no projeto Malha D’Água a
solução. Serão mais de 600 quilômetros de dutos subterrâneos ligados ao
trecho 1 do CAC, que vão abastecer satisfatoriamente as 34 maiores
estações de tratamento de água do Ceará. Depois que tudo estiver pronto,
os municípios não precisarão depender apenas dessas estações, mas sim
da adutora principal, que receberá uma vasão de 30 metros cúbicos por
segundo de água do Rio São Francisco.
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